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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Novos tempos
A liderança de Garibaldi Alves (RN) na bolsa de
apostas para suceder Renan Calheiros (AL) resulta de
garantias oferecidas pelo candidato -ao próprio Renan, por cuja absolvição votou, e ao Planalto, que espera do eventual presidente comportamento bem diverso do exibido na inesquecível CPI dos Bingos.
Mas é sintoma também do enfraquecimento do grupo que liderou o PMDB no Senado no primeiro governo Lula. Renan e José Sarney (AP) bem gostariam de
patrocinar a eleição de um peemedebista mais próximo, como Valdir Raupp (RO). Estão dispostos, porém,
a aceitar uma solução de compromisso em troca de
indicar o sucessor de Silas Rondeau no Ministério das
Minas e Energia. Tudo em sintonia com o PMDB da
Câmara, no passado relegado a segundo plano.
Ala VIP. Outrora baixo clero, Garibaldi assistiu ao discurso de Renan antes da absolvição ao lado de Roseana
Sarney (MA) e do presidente
do PMDB, Michel Temer. A
cúpula do partido espera fechar ainda hoje o apoio da
bancada à candidatura.
Maratona. O interminável
discurso de Renan exauriu até
seus aliados. "Não acaba, não
acaba...", dizia baixinho Roseana, enquanto caminhava
de um lado para outro.
Gravando! Pouco antes de
subir à tribuna para se manifestar indignado diante da
iminente absolvição de Renan
por seus pares, Demóstenes
Torres (DEM-GO) papeava
animadamente com o senador no plenário, no melhor estilo tapinha nas costas.
Plus. Dentro do programa
"deixe um senador alegre",
Valter Pereira, que já havia
emplacado o aliado Flodoaldo
Alencar no Incra de Mato
Grosso do Sul, ganhará do governo também a nomeação do
correligionário Waldir Miranda para o Ibama local. Assim, fica garantido o voto pró-CPMF do peemedebista.
Veja bem. O PR, que andava meio relaxado quanto à
perspectiva de dissidência de
Expedito Júnior (RO) e Cesar
Borges (BA), passou a usar o
argumento da "perda de prestígio" -leia-se cargos e emendas- que o partido terá caso
os dois insistam em votar contra a CPMF. A cúpula acha
possível recuperar pelo menos Expedito, ávido por postos no segundo escalão.
Tropa de elite. O PAC da
Saúde inclui uma Força Nacional de Emergência, inspirada na que existe para a segurança. Até 2011, terá 2.000
médicos, mil enfermeiros e
cem dentistas para crises. O
gasto será de R$ 346 mi.
Babel. As centrais sindicais
marcham hoje até o Planalto
divididas quanto a reivindicações na área da saúde. A CUT
é contra o projeto das fundações estatais para contratações para o setor via CLT. Já a
Força apóia a proposta.
Corpo mole. José Eduardo
Cardozo perdeu nos três Estados onde governadores
apoiaram sua candidatura à
presidência do PT. Em Sergipe, de Marcelo Déda, ficou em
quarto. Na Bahia, de Jaques
Wagner, em terceiro. E no Pará, de Ana Julia, em segundo.
Descendente. Além do baque sofrido por José Dirceu,
João Paulo e outros medalhões, a eleição da sigla vitimou mais um capa-preta do
antigo Campo Majoritário. O
ex-governador Zeca do PT
perdeu o controle do partido
em Mato Grosso do Sul.
Homenagem. Octavio
Frias de Oliveira, publisher da
Folha morto em 29 de abril
aos 94 anos, foi homenageado
com a Grã-Cruz da Ordem do
Mérito das Comunicações. Os
jornalistas Armando Nogueira e Alberto Dines também
foram agraciados.
Visita à Folha. Jorge
Paulo Lemann, integrante do
Conselho de Administração
do instituto Endeavor, visitou
ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava
acompanhado de Paulo Veras, diretor-geral, e de Maristela Mafei, sócia-diretora da
Máquina da Notícia.
Tiroteio
"O segundo turno do PT será mais ou menos
como a escolha entre o seis e o meia dúzia."
Do deputado DR. ROSINHA (PT-PR), apoiador da candidatura de José
Eduardo Cardozo, sobre o provável embate na segunda etapa da eleição petista entre o atual presidente, Ricardo Berzoini, e Jilmar Tatto.
Contraponto
Contra o império
Em visita a Oscar Niemeyer na semana passada, Lula
viu sobre a mesa de trabalho do arquiteto uma caixa de
cigarrilhas, as mesmas de sua preferência.
-Você ainda fuma?-, quis saber o presidente.
Diante da resposta positiva, Lula se empolgou:
-O Niemeyer é o meu exemplo! Eu conto pra todo
mundo que, aos 96 anos, ele foi me visitar e ainda tomava
o seu uisquezinho, fumava a sua cigarrilha... E ainda fica
todo mundo me pedindo pra parar de fumar!
-Você tem todo o meu apoio-, respondeu Niemeyer,
que completa cem anos no próximo dia 15.
Só que o motivo não era bem o imaginado por Lula:
-Porque você está do lado do povo e contra o Bush!
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