São Paulo, domingo, 06 de janeiro de 2002

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DATAFOLHA

Governadora do PFL cresce oito pontos entre simpatizantes do PSDB e já vence petista em um eventual 2º turno

Lula lidera e Roseana sobe entre tucanos

PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira pesquisa Datafolha em 2002 mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da corrida presidencial com 30% das intenções de voto, em seu principal cenário eleitoral.
A governadora Roseana Sarney (PFL) oscila positivamente dois pontos percentuais, dando sequência a uma linha de crescimento de sua candidatura que vem desde setembro de 2001. Tinha 12% nessa data, chegou a 16% em novembro, a 19% em dezembro e a 21% em janeiro.
Esse cenário mostra uma disputa polarizada hoje entre Lula e Roseana. Pela primeira vez, a pefelista venceria o petista em um eventual segundo turno, por 46% a 40%. No levantamento anterior estavam empatados tecnicamente. Roseana tinha o mesmo percentual, mas Lula sofreu uma queda de quatro pontos.
Na simulação do primeiro turno, a pefelista tem crescido entre os eleitores que se dizem simpatizantes do PSDB. Tinha 14% entre eles em setembro, passou para 18%, depois 26% e agora tem 34% dos votos dos tucanos.
O ministro da Saúde, José Serra, que se tornou o único pré-candidato a presidente pelo PSDB, está com os mesmos 7% do levantamento de dezembro. Anthony Garotinho (PSB) aparece com 11%, e Ciro Gomes, com 10%, ambos repetindo os percentuais obtidos no mês anterior.
Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, Garotinho e Ciro estão empatados tecnicamente, já que o governador do Rio está em um intervalo entre 9% e 13%, e o ex-ministro da Fazenda, entre 8% e 12%. Serra, que varia entre 5% e 9%, pode estar junto com Ciro, mas dificilmente com Garotinho.
O Datafolha ouviu 2.198 eleitores em 127 municípios de todas as unidades da Federação, nos dias 3 e 4 de janeiro.
O quadro sucessório tem duas dúvidas importantes. A primeira é se Itamar Franco conseguirá viabilizar sua candidatura no PMDB, um partido em que os que apóiam o governo de Fernando Henrique Cardoso têm demonstrado superioridade interna.
Sem Itamar como candidato, o que faria o PMDB migrar em direção a Serra ou mesmo Roseana, o quadro eleitoral se alteraria pouco. À exceção de Lula e Enéas, todos os candidatos oscilariam um ponto positivamente. Lula permaneceria com 30%.
A segunda dúvida é a confirmação da candidatura de Anthony Garotinho à Presidência. Ele já foi aprovado como pré-candidato do PSB, viaja por todo o país em campanha, mas enfrenta um problema em seu próprio Estado. Não tem até agora um candidato forte para sua sucessão no governo do Rio de Janeiro. Garotinho está propenso a disputar a Presidência, mesmo não atingindo os 15% que previa para si até dezembro do ano passado.
Avalia que ganha mais como candidato a presidente do que se reelegendo governador do Rio, onde é o favorito.
Se Garotinho e Itamar não se candidatarem, Roseana Sarney seria a maior beneficiária, apesar de normalmente rotulada como candidata de direita e os dois governadores se perfilarem em algo próximo à centro-esquerda.
Lula iria de 30% para 32%, e Roseana, de 21% para 25%, reduzindo a diferença entre os dois de nove para sete pontos percentuais.
O candidato do PT à Presidência vem mantendo os mesmos percentuais, dentro da margem de erro, desde setembro. A linha de crescimento de Roseana não o tem atingido. Quem mais perdeu de setembro para cá foi Ciro. Tinha 14% naquele mês e hoje está com quatro pontos a menos.
Ao analisar-se os resultados por segmento, Lula tem perdido votos entre os menos escolarizados, entre os que estão na faixa de 35 a 44 anos e entre os que moram nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Mas registrou crescimento de sete pontos entre os que ganham mais de R$ 3.600 e de cinco pontos entre os que têm nível universitário.



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