|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DATAFOLHA
Governadora do PFL cresce oito pontos entre simpatizantes do PSDB e já vence petista em um eventual 2º turno
Lula lidera e Roseana sobe entre tucanos
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira pesquisa Datafolha
em 2002 mostra Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) na liderança da corrida presidencial com 30% das intenções de voto, em seu principal
cenário eleitoral.
A governadora Roseana Sarney
(PFL) oscila positivamente dois
pontos percentuais, dando sequência a uma linha de crescimento de sua candidatura que
vem desde setembro de 2001. Tinha 12% nessa data, chegou a 16%
em novembro, a 19% em dezembro e a 21% em janeiro.
Esse cenário mostra uma disputa polarizada hoje entre Lula e Roseana. Pela primeira vez, a pefelista venceria o petista em um eventual segundo turno, por 46% a
40%. No levantamento anterior
estavam empatados tecnicamente. Roseana tinha o mesmo percentual, mas Lula sofreu uma
queda de quatro pontos.
Na simulação do primeiro turno, a pefelista tem crescido entre
os eleitores que se dizem simpatizantes do PSDB. Tinha 14% entre
eles em setembro, passou para
18%, depois 26% e agora tem 34%
dos votos dos tucanos.
O ministro da Saúde, José Serra,
que se tornou o único pré-candidato a presidente pelo PSDB, está
com os mesmos 7% do levantamento de dezembro. Anthony
Garotinho (PSB) aparece com
11%, e Ciro Gomes, com 10%, ambos repetindo os percentuais obtidos no mês anterior.
Como a margem de erro é de
dois pontos para mais ou para
menos, Garotinho e Ciro estão
empatados tecnicamente, já que o
governador do Rio está em um intervalo entre 9% e 13%, e o ex-ministro da Fazenda, entre 8% e
12%. Serra, que varia entre 5% e
9%, pode estar junto com Ciro,
mas dificilmente com Garotinho.
O Datafolha ouviu 2.198 eleitores em 127 municípios de todas as
unidades da Federação, nos dias 3
e 4 de janeiro.
O quadro sucessório tem duas
dúvidas importantes. A primeira
é se Itamar Franco conseguirá
viabilizar sua candidatura no
PMDB, um partido em que os que
apóiam o governo de Fernando
Henrique Cardoso têm demonstrado superioridade interna.
Sem Itamar como candidato, o
que faria o PMDB migrar em direção a Serra ou mesmo Roseana, o
quadro eleitoral se alteraria pouco. À exceção de Lula e Enéas, todos os candidatos oscilariam um
ponto positivamente. Lula permaneceria com 30%.
A segunda dúvida é a confirmação da candidatura de Anthony
Garotinho à Presidência. Ele já foi
aprovado como pré-candidato do
PSB, viaja por todo o país em
campanha, mas enfrenta um problema em seu próprio Estado.
Não tem até agora um candidato
forte para sua sucessão no governo do Rio de Janeiro. Garotinho
está propenso a disputar a Presidência, mesmo não atingindo os
15% que previa para si até dezembro do ano passado.
Avalia que ganha mais como
candidato a presidente do que se
reelegendo governador do Rio,
onde é o favorito.
Se Garotinho e Itamar não se
candidatarem, Roseana Sarney
seria a maior beneficiária, apesar
de normalmente rotulada como
candidata de direita e os dois governadores se perfilarem em algo
próximo à centro-esquerda.
Lula iria de 30% para 32%, e Roseana, de 21% para 25%, reduzindo a diferença entre os dois de nove para sete pontos percentuais.
O candidato do PT à Presidência vem mantendo os mesmos
percentuais, dentro da margem
de erro, desde setembro. A linha
de crescimento de Roseana não o
tem atingido. Quem mais perdeu
de setembro para cá foi Ciro. Tinha 14% naquele mês e hoje está
com quatro pontos a menos.
Ao analisar-se os resultados por
segmento, Lula tem perdido votos
entre os menos escolarizados, entre os que estão na faixa de 35 a 44
anos e entre os que moram nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Mas registrou crescimento
de sete pontos entre os que ganham mais de R$ 3.600 e de cinco
pontos entre os que têm nível universitário.
Texto Anterior: Elio Gaspari Próximo Texto: Correndo por fora: Silvio Santos pode vir aí de novo Índice
|