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CORRENDO POR FORA
Silvio Santos pode vir aí de novo
Por hipótese colocado como candidato do PFL, obtém 15% ou 16%
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de monopolizar as
atenções no ano passado, por
conta do sequestro duplo de sua
filha e dele próprio e do sucesso
do programa "Casa dos Artistas", o empresário e apresentador de televisão Silvio Santos
voltou a flertar com o antigo sonho de se candidatar à Presidência da República.
Colocado, apenas por hipótese, como candidato do PFL em
pesquisa do Datafolha, Silvio
obtém 15% ou 16% dos votos,
conforme o cenário. É o que
mais se aproxima da performance da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL),
que atinge 21% ou 22%.
O empresário ficaria tecnicamente empatado com o governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB). Como a margem de
erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, Silvio pode ter
entre 13% e 17% dos votos, e Garotinho, entre 10% e 14%. Ciro
Gomes (PPS) aparece com percentual entre 9% e 13%. Sem Itamar Franco (PMDB) na disputa,
os três oscilam um ponto percentual positivamente.
Por três vezes, Silvio Santos,
71, tentou iniciar carreira na política. A primeira foi em 1988,
quando discutiu com o PFL a
possibilidade de ser candidato a
prefeito de São Paulo. Desistiu
ao perceber que os pefelistas
preferiam apoiar o então candidato do PMDB, João Leiva.
Na reta final da campanha de
1989, pefelistas tentaram colocar Silvio no lugar de Aureliano
Chaves como candidato a presidente pelo partido. O então ministro das Comunicações, Antonio Carlos Magalhães, inviabilizou a tentativa.
Silvio Santos tentou então ser
presidente pelo PMB (Partido
Municipalista Brasileiro), uma
legenda nanica cujo candidato,
o pastor evangélico Armando
Corrêa, renunciou em seu favor.
O Tribunal Superior Eleitoral
impediu a candidatura do PMB,
porque o partido não realizou
convenções em nove Estados,
como determinava a lei.
Em 1992, voltou a articular sua
candidatura à Prefeitura de São
Paulo pelo PFL. Desistiu no dia
em que se realizava a convenção
que o efetivaria candidato, alegando discordar do comportamento de pefelistas que brigaram no local do encontro.
O empresário vive um dos períodos de maior exposição pública de sua carreira. A emissora
do qual é proprietário ampliou
em 42% sua média de audiência
no horário nobre, de janeiro à
primeira quinzena de dezembro
de 2001, graças a programas populares como "Casa dos Artistas" e novelas mexicanas.
No dia 30 de agosto, foi mantido como refém por sete horas
pelo sequestrador Fernando
Dutra Pinto, morto na quarta-feira passada. Pinto havia libertado a filha de Silvio, Patrícia
Abravanel, dois dias antes. Ela
passou 35 minutos em rede nacional de televisão contando o
que viveu. "Vocês não se surpreendam se amanhã ela se candidatar a algum cargo público",
declarou Silvio Santos, após a
entrevista concedida pela filha.
No dia 30 de dezembro, realizou o "Show do Milhão" com
políticos respondendo a questões de conhecimentos gerais. O
vencedor foi o deputado federal
Marcondes Gadelha (PFL-PB),
um dos principais articuladores
da tentativa frustrada de Silvio
Santos concorrer a presidente.
Assim como Roseana, Silvio
se destaca entre as mulheres no
Datafolha. Seu índice é oito
pontos percentuais maior entre
elas na comparação com os homens (19% a 11%). Seu percentual entre aqueles que têm até o
primeiro grau (18%) é três vezes
maior do que entre os de nível
superior (6%). Conquista mais
eleitores entre os que se dizem
simpatizantes do PMDB (23%)
e do PFL (22%). Entre os tucanos, obtém apenas 11%.
Caso fosse ao segundo turno,
assim como Roseana, Silvio
venceria Lula (45% a 40%).
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