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JANIO DE FREITAS
Começa o jogo
A cúpula do governo considera questão primordial a
reeleição de Marta Suplicy, para
a qual lhe tem dado ajuda financeira e política incomparável, mas um pequeno e simples
entendimento entre dois opositores do governo e do PT é capaz
de inutilizar todos os gastos e esforços do continuísmo petista.
Relembremos o Datafolha de
duas semanas atrás: Paulo Maluf e José Serra ocupam os dois
primeiros lugares, com 20% cada; Marta Suplicy está em terceiro, com 18%, e a ex-prefeita
Luiza Erundina, por menos que
frequente o noticiário, tem 12%.
Mais recente ainda, outra pesquisa Datafolha comprova que
o prestígio de Marta, sétima entre prefeitos de capitais avaliados, não é grande coisa entre os
paulistanos: só 32% a vêem como ótima ou boa prefeita, ao
passo que 67% a consideram
péssima, ruim ou apenas regular, três qualificações que não
convidam ao voto.
Paulo Maluf apoiar Serra é
tão improvável quanto Serra
apoiar Maluf. Daí não se deduzirá que seja igualmente difícil
que os dois assumam posições
idênticas diante da eleição, com
o objetivo comum de derrotar o
adversário que tem o propósito
de dominar São Paulo e o próprio país.
Se intragáveis entre si, Serra e
Maluf não têm objeções intransponíveis a Luiza Erundina. E
dela fazer a candidata de ambos
à prefeitura paulistana, com um
acordo de reciprocidades facilitado pela conveniência das partes, tende a resultar em uma soma de votos capaz de derrubar
as pretensões que a cúpula petista projeta a partir de São Paulo.
Há referências à procura de
acordo entre o PT e Paulo Maluf, no qual o primeiro figuraria
como poder influente e o segundo como carente de melhor encaminhamento do caso em que
é acusado de remessas ilegais de
dólares. O caso está, porém, na
órbita de Procuradoria, Promotoria e Judiciário, instâncias em
que o governo não pode ter certeza de influência a ponto de
empenhá-la em acordo eleitoral
-a menos que fizesse o acordo
já admitindo traí-lo.
A recusa de José Serra a concorrer está sujeita a reconsideração, que se justificaria pela
possibilidade de sua chegada ao
segundo turno caso amplie sua
base de apoio. Mas tal possibilidade continua entre as hipóteses remotas, por suas dificuldades e riscos muito maiores do
que outras.
Reanimação
Do PMDB, o noticiário e os colunistas só têm falado, nos últimos tempos, a propósito de cargos pretendidos e ministérios esperados na reforma ministerial.
Sob esse fogaréu, os principais
do partido estão desenvolvendo
costuras para nada menos do
que isso: retornar o PMDB à posição de maior e mais poderoso
dos partidos.
Boas idéias
O novo presidente do Flamengo, ex-deputado Márcio Braga,
tem programado um encontro
hoje com Lula, levando um conjunto muito bom de idéias para
corrigir males do futebol, dos
clubes e de sua administração
no Brasil. Um deles é a necessidade de legislação especial para
as relações entre clubes e jogadores, para reduzir o ônus que o
êxodo de craques representa para os clubes que investiram para
formá-los, e em geral ficam com
migalhas nas transações multimilionárias.
Márcio Braga propõe uma taxação que faz todo o sentido, em
benefício dos clubes, e portanto
do esporte, e do próprio país.
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