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Aldo conta com apoio da maioria dos governadores
Arlindo Chinaglia tem a adesão de seis; cinco deles são do PT e um, do PMDB
Nem sempre, porém, esse apoio é decisivo, já que não são todos os governadores que têm o controle total dos votos das bancadas
ADRIANO CEOLIN
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), resolveu apostar na conquista do
apoio dos governadores para
superar Arlindo Chinaglia (PT-SP) na disputa pelo comando
da Casa. A estratégia tem dado
certo. Dos 27 governadores, 15
dizem preferir o comunista.
Chinaglia não adotou a mesma estratégia que Aldo. Conta
com o apoio de apenas seis governadores. Cinco são do PT
(Acre, Bahia, Pará, Piauí e Sergipe) e um é do PMDB (André
Puccinelli, do Mato Grosso do
Sul). Outros seis estão indefinidos ou permanecem neutros.
O apoio da maioria dos governadores a Aldo foi facilitado
porque ele enfrenta um petista.
"Não tenho nada contra o Arlindo, mas a oposição não quer
votar em um candidato do PT",
disse o governador da Paraíba,
Cássio Cunha Lima (PSDB). "A
bancada do meu Estado também prefere o Aldo", emenda.
Apesar de ser importante, o
apoio governadores nem sempre é decisivo. Alguns deles não
têm controle sobre os votos das
bancadas e, às vezes, preferem
reproduzir a vontade dos deputados para evitar atritos. "Todo
governador em início de mandato tem grande força sobre
sua bancada. Agora, controlar
os votos é muito difícil", reconheceu o deputado Ciro Nogueira (PP-PI), um dos coordenadores da campanha de Aldo.
Ainda no fim de 2006, Aldo
iniciou os contatos com os governadores, principalmente os
reeleitos. Contou a favor do
presidente da Câmara o fato de
ele ter sido ministro da Articulação Política (2004-2005),
cargo que o levou a manter contato regular com governadores.
Aldo tem dito que só não pediu voto para os cinco governadores que pertencem ao PT.
Entre os tucanos, o mais entusiasta da candidatura do comunista é o governador Teotonio Vilela Filho, de Alagoas
-onde Aldo nasceu. Foi Vilela
quem marcou um jantar entre
ele e o ex-presidente FHC, e
que facilitou o acordo com os
demais governadores tucanos.
O assédio de Aldo aos peemedebistas também foi grande.
Nesta semana, os governadores
Luiz Henrique, de Santa Catarina, e Roberto Requião, do Paraná, declararam apoio a ele.
Na terça-feira à noite, o presidente da Câmara jantou com
o governador do Amazonas,
Eduardo Braga (PMDB).
Na semana que vem, está
previsto um encontro com o
governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL).
"Ele vai formalizar o apoio ao
Aldo. A gente decidiu isso junto
com o Rodrigo Maia [líder pefelista na Câmara]", disse o deputado Osório Adriano (PFL-DF).
Outros alvos
Chinaglia priorizou o contato direto com os parlamentares. "Os deputados têm sido o
meu alvo preferencial. Mas reconheço a importância que os
governadores têm", disse.
No caso do Mato Grosso do
Sul, a tática de Chinaglia funcionou. O governador do Estado, André Puccinelli (PMDB),
declarou apoio ao candidato
petista, a pedido da bancada.
"Nossos deputados, junto
com os demais integrantes do
PMDB do Centro-Oeste, têm
respaldado o nome do Arlindo.
Só vou ser avalista", disse ele.
Após uma semana de tensão
nos bastidores, Aldo e Chinaglia voltaram ontem ao Planalto, desta vez juntos, para uma
solenidade com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Trocaram abraços, mas, apesar da
cordialidade, mantiveram o
discurso de que seguem na disputa pela Câmara.
Colaborou SILVIO NAVARRO, da Sucursal de Brasília
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