|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Senado recua e libera uso de bilhetes aéreos acumulados de 2009
Em abril, no auge da "farra aérea", Casa havia proibido uso de passagens não utilizadas por parlamentares no ano anterior
Senadores afirmam que a medida evita o desperdício de dinheiro público, uma vez que créditos já haviam sido repassados às agências
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nove meses após o escândalo
que ficou conhecido como "farra aérea", o Senado recuou em
uma das medidas que haviam
sido anunciadas na época para
tentar regularizar o descontrole com o uso da cota de passagens de congressistas.
A Mesa Diretora do Senado
autorizou que sejam utilizados
neste ano -de eleição para 54
das 81 cadeiras da Casa- os
créditos de passagens aéreas
acumuladas e não usadas pelos
senados no ano passado.
A medida, revelada pelo
"Correio Braziliense", veio na
contramão do pacote anunciado como moralizador em abril
do ano passado. Na época, a Casa decidiu acabar com o acúmulo de crédito aéreo de um
ano para o outro. Também ficou proibida, pelo mesmo pacote, a emissão de passagens
para parentes e terceiros.
Agora, as passagens só podem ser utilizadas pelos senadores ou por assessores indicados previamente.
A autorização para o acúmulo de crédito foi assinada por
cinco senadores e pelo presidente da Casa, José Sarney
(PMDB-AP), no dia 17 de dezembro. A medida só foi publicada na última edição de 2009
do "Diário do Senado Federal".
Na decisão, os senadores
consideraram que a norma que
passou a vetar o acúmulo de
crédito de passagens não previu um "período de transição".
O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), um dos
que assinaram a liberação, afirmou que a medida foi tomada
para evitar que companhias aéreas e agências ficassem com o
crédito sem que as passagens
tivessem sido utilizadas.
Segundo ele, como o pacote
de controle foi anunciado em
abril, as empresas já haviam recebido os créditos relativos até
o mês de maio. "A medida foi
tomada justamente para redução de gastos, para que o crédito não fosse perdido e considerado prejuízo ao erário", disse.
Em 2009, a Câmara também
proibiu o acúmulo de créditos
de um ano para o outro, mas
permitiu que os deputados que
já tinham créditos antigos possam usá-los até 31 de janeiro de
2011.
(LARISSA GUIMARÃES)
Texto Anterior: TJ-SP investiga uso de laudos irregulares em licenças médicas Próximo Texto: PSDB revê tática e vai ao TSE contra PT Índice
|