São Paulo, quarta-feira, 06 de janeiro de 2010

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Senado recua e libera uso de bilhetes aéreos acumulados de 2009

Em abril, no auge da "farra aérea", Casa havia proibido uso de passagens não utilizadas por parlamentares no ano anterior

Senadores afirmam que a medida evita o desperdício de dinheiro público, uma vez que créditos já haviam sido repassados às agências

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nove meses após o escândalo que ficou conhecido como "farra aérea", o Senado recuou em uma das medidas que haviam sido anunciadas na época para tentar regularizar o descontrole com o uso da cota de passagens de congressistas.
A Mesa Diretora do Senado autorizou que sejam utilizados neste ano -de eleição para 54 das 81 cadeiras da Casa- os créditos de passagens aéreas acumuladas e não usadas pelos senados no ano passado.
A medida, revelada pelo "Correio Braziliense", veio na contramão do pacote anunciado como moralizador em abril do ano passado. Na época, a Casa decidiu acabar com o acúmulo de crédito aéreo de um ano para o outro. Também ficou proibida, pelo mesmo pacote, a emissão de passagens para parentes e terceiros.
Agora, as passagens só podem ser utilizadas pelos senadores ou por assessores indicados previamente.
A autorização para o acúmulo de crédito foi assinada por cinco senadores e pelo presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), no dia 17 de dezembro. A medida só foi publicada na última edição de 2009 do "Diário do Senado Federal".
Na decisão, os senadores consideraram que a norma que passou a vetar o acúmulo de crédito de passagens não previu um "período de transição".
O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), um dos que assinaram a liberação, afirmou que a medida foi tomada para evitar que companhias aéreas e agências ficassem com o crédito sem que as passagens tivessem sido utilizadas.
Segundo ele, como o pacote de controle foi anunciado em abril, as empresas já haviam recebido os créditos relativos até o mês de maio. "A medida foi tomada justamente para redução de gastos, para que o crédito não fosse perdido e considerado prejuízo ao erário", disse.
Em 2009, a Câmara também proibiu o acúmulo de créditos de um ano para o outro, mas permitiu que os deputados que já tinham créditos antigos possam usá-los até 31 de janeiro de 2011. (LARISSA GUIMARÃES)


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