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ESPÍRITO SANTO
Petistas acusam liberais de terem descumprido acordo na Assembléia para a eleição do presidente da Casa
PT estadual formaliza rompimento com PL
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
A direção estadual do PT do Espírito Santo formalizou ontem ao
presidente do partido, José Genoino, o rompimento com o PL.
Os petistas acusam os liberais de
"traição" na votação que escolheu
a mesa que vai administrar a Assembléia Legislativa do Estado.
Segundo João Coser, presidente
do PT capixaba, a direção petista
"entendeu a gravidade do caso".
Ele disse que houve uma "quebra
de confiança profunda" no PL,
mas afinou o discurso com a direção nacional do partido ao dizer
que a decisão teve "caráter estritamente regional". O vice-presidente José Alencar é filiado ao PL.
"Qualquer crise com o PL no
Espírito Santo não interfere nacionalmente. A aliança PT-PL não
será colocada em questionamento. Mas é preciso respeitar o PT do
Estado, pois a situação lá foi muito grave", afirmou José Genoino.
A polêmica que culminou com
o rompimento foi resultado da
eleição de Geovani Silva (PTB)
para a presidência do Legislativo
estadual. Com o apoio do mesmo
grupo de deputados que sustentou o ex-presidente da Assembléia José Carlos Gratz (PFL), Silva derrotou Cláudio Vereza (PT).
Os petistas afirmam que havia
um acordo com o PL, entre outros
partidos, para garantir a eleição
de Vereza, e que, na votação, alguns parlamentares teriam "traído" a negociação e votado em Silva, que venceu por 19 a 11.
O presidente estadual do PL, senador Magno Malta, reagiu às críticas petistas e disse que "vai agir
para que haja uma intervenção"
no PT do Estado. "Estamos tristes
e ofendidos com a decisão do PT.
O acordo que fizemos era retirar o
nosso candidato [Robson Vaillant], o que foi feito. É preciso
uma intervenção nessa situação.
Esse rompimento não interessa a
nós do PL. Se houve traição, não
foi de nosso partido. O que o PT
está fazendo, chamando o PL de
traidor, é leviano."
A direção estadual do PPB expulsou dois deputados que teriam
descumprido o pacto. A base do
acordo contaria também com o
PSDB, o PSB e o PPS e com o governador Paulo Hartung.
"A derrota [de Vereza] não foi
só do PT, foi de todos que queriam mudanças na Assembléia.
Mas não podemos falar em traição e, sim, em desentendimentos
políticos", declarou Genoino.
Cinco dos 30 deputados que
participaram da sessão estavam
com mandatos suspensos pela
Justiça -acusados de vender
seus votos na eleição que levou
Gratz (ex-banqueiro do bicho e
acusado pela CPI do Narcotráfico
de ser um dos líderes do crime organizado no Estado) à presidência da Assembléia, em 2000.
O Ministério Público tenta anular no Tribunal de Justiça a votação, alegando "desrespeito à decisão judicial e afronta ao Estado
democrático de Direito".
A Promotoria entrou com pedido liminar de afastamento de
mais dois deputados reeleitos
(Fátima Gousi, sem partido, e
Luiz Carlos Moreira, PMDB) por
improbidade administrativa.
Ambos participaram da eleição
de Silva. Já estão com os mandatos suspensos Sérgio Borges
(PMDB), José Tasso (PTC), Gilson Amaro (PPB), Marcos Gazzani (PGT) e Gilson Gomes (PFL)
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