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São Paulo, quinta-feira, 06 de fevereiro de 2003

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GOVERNO X PT

Líderes querem ensinar "cartilha" à bancada do PT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A liderança do PT na Câmara reservou o primeiro dia de trabalho legislativo, dia 17, para reunir todos os 92 deputados federais petistas e tentar enquadrá-los na cartilha que vem sendo repetida diariamente pela cúpula do partido: a de que não haverá tolerância com deputado petista que votar contra as propostas do governo.
Segundo Nelson Pellegrino (SP), líder da bancada na Câmara, há alguns filiados que ainda não se conscientizaram de que o PT não é mais oposição: "Eles têm de assumir a responsabilidade de ser governo, com o bônus e com o ônus disso", afirmou.
Pellegrino disse que no dia 17 serão eleitos os 23 vice-líderes da bancada e que, entre os temas, serão tratados assuntos sobre como deve ser o comportamento em uma reunião da bancada do PT com um ministro, por exemplo.
Pellegrino e o presidente nacional da legenda, José Genoino, já estão ligando para deputados da bancada para tentar evitar que as críticas à política econômica do governo cresçam.

Heloísa Helena
O líder do PT no Senado, Tião Viana (AC), recorreu a uma tradição partidária alemã para aconselhar seu partido na busca de solução para as divergências com os chamados radicais da legenda.
"É bom seguir o exemplo dos partidos alemães que, em sua democracia interna, têm um mecanismo chamado "klausur", clausura em português. Quando há divergência interna, eles se reúnem na montanha e discutem de maneira aberta, tranquila e intensa." Para ele, é "um caminho muito melhor, que reflete maturidade e avanço da democracia", disse.
O líder do governo no Senado e no Congresso, Aloizio Mercadante (PT-SP), e o próprio Viana marcaram uma conversa com a senadora Heloísa Helena (PT-AL) para ontem à noite, na qual diriam que seu comportamento traz prejuízos ao governo e não condiz com a tradição do PT.
"As atitudes de uma bancada de governo são diferentes das de um partido na oposição", disse Mercadante. Segundo ele, o objetivo do encontro era "conversar francamente com a senadora para tentar superar as dificuldades e construir um caminho de unidade e sustentação do governo".
O objetivo dos líderes na reunião era enquadrar Heloísa Helena. "Vamos conversar sobre o que significa ser senadora de um partido do governo", disse Viana.


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