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CASO SILVEIRINHA
Convocar Rosinha, Garotinho e Benedita é inevitável, diz deputado
CPI pede prisão de 5 fiscais e quebra sigilo de 100 pessoas
Marina Vianna/Agência JB
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Luiz Paulo Correa da Rocha (esq.) e Paulo Ramos durante reunião da CPI do "propinoduto", no Rio |
FERNANDA DA ESCÓSSIA
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
A CPI do "propinoduto", criada
pela Assembléia Legislativa do
Rio para investigar a corrupção
na Fazenda estadual, pediu ontem
à Justiça a prisão preventiva dos
cinco fiscais suspeitos de enviar
dinheiro para a Suíça e quebrou
os sigilos bancário, fiscal e telefônico de cerca de cem pessoas.
Batizada oficialmente de CPI da
Corrupção na Fazenda, a comissão quer saber se há mais gente
envolvida no esquema de corrupção que desviou US$ 36 milhões
para bancos na Suíça.
A quebra de sigilo inclui 75 fiscais que passaram pela Inspetoria
de Contribuintes de Grande Porte
de 1999 a 2002, três superintendentes de fiscalização, secretários
e subsecretários de Fazenda que
ocuparam cargos no período.
Até agora, estavam sob investigação cinco fiscais -entre eles,
Rodrigo Silveirinha Corrêa, ex-subsecretário de Administração
Tributária- e oito auditores da
Receita Federal no Rio.
A CPI vai encaminhar ao Ministério Público Federal uma solicitação para que o órgão peça a prisão preventiva dos auditores investigados. O pedido de prisão
não foi feito pela própria CPI porque os deputados temeram que
isso desviasse a investigação para
a esfera federal, por envolver funcionários da União.
Rosinha e ex-governadores
O deputado Paulo Ramos
(PDT), relator dos dados do sigilo
fiscal e patrimonial, disse que será
inevitável a convocação, para depor, da governadora Rosinha Matheus (PSB) e dos ex-governadores Anthony Garotinho (PSB) e
Benedita da Silva (PT).
A CPI pedirá ao Ministério Público da Suíça informações sobre
a movimentação das contas localizadas. E quer saber se os outros
75 fiscais cujo sigilo foi quebrado
têm contas naquele país.
A inspetoria, que era subordinada a Silveirinha, passará por
uma auditoria. Todos os autos de
infração na Secretaria de Fazenda
que resultaram em processo judicial serão analisados pela CPI. Os
parlamentares decidiram ontem
pedir informações necessárias à
Procuradoria Geral do Estado.
O presidente da CPI, Paulo Melo (PMDB), afirmou que a comissão não acabará em pizza. "Essa
comissão pode levar a gente para
o pódio ou para o calabouço. A
imprensa quer um fígado. Depende de nós darmos o nosso ou o
dos outros", disse.
Na abertura de seus trabalhos, a
CPI teve de enfrentar suspeitas e
discordâncias entre os próprios
parlamentares, por causa das
doações de campanha.
Ontem, houve um bate-boca
entre deputados da comissão por
causa de doações de campanha.
Depoimento
O chefe de gabinete da Secretaria de Fazenda no governo Garotinho (1999 a abril/2002), Lúcio
Manoel Picanço, negou ontem
em depoimento na Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) que seja proprietário de contas na Suíça. Ele é suspeito de desviar US$ 1 milhão.
O advogado Clóvis Sahione, que
defende os fiscais, voltou a dizer
que considera "uma precipitação" o pedido de prisão preventiva de seus clientes.
A Assembléia Legislativa aprovou o substitutivo do deputado
Paulo Melo (PMDB), permitindo
a nomeação de procuradores e
promotores do Ministério Público inativos para cargos de chefia
da fiscalização estadual. Defensores públicos e procuradores do
Estado da ativa também poderão
ocupar os cargos. Antes, a lei só
permitia que esses cargos fossem
preenchidos por fiscais de renda.
Colaborou MARIO HUGO MONKEN, da
Sucursal do Rio
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