São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2004

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Empresário não foi "convincente", dizem promotores

DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu primeiro interrogatório ontem à Justiça, o empresário Sérgio Gomes da Silva se recusou a responder perguntas sobre o suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Santo André e apresentou, de acordo com os promotores, novas contradições na versão sobre o seqüestro de Celso Daniel.
Gomes da Silva estava com o prefeito no momento em que Daniel foi seqüestrado, na noite de 18 de janeiro de 2002. Eles haviam jantado juntos em São Paulo e voltavam para Santo André, quando a Pajero blindada em que estavam foi interceptada por dois carros e Daniel foi levado pelos criminosos. Ele foi encontrado dois dias depois em Juquitiba (SP).
Durante o interrogatório, de cerca de duas horas, o empresário negou qualquer envolvimento com a morte do prefeito. Gomes da Silva foi ouvido algemado, apesar do apelo de seus advogados para que isso não ocorresse.
Segundo os promotores, o empresário caiu em contradição ao tentar descrever a dinâmica do crime. Ele não teria sido "convincente" ao explicar o motivo de o carro ter parado e de as portas terem destravado -detalhes são mantidos sob sigilo.
Durante o interrogatório, Gomes da Silva se recusou a responder perguntas sobre um suposto esquema de corrupção na cidade -segundo o Ministério Público, Daniel foi morto ao tentar combater um esquema de desvio de dinheiro na prefeitura.
"Não poderíamos admitir que o interrogatório sobre um homicídio fosse usado para fazer novas provas para a investigação de corrupção. Por isso, não permitimos que o Sérgio [Gomes da Silva] respondesse a algumas perguntas", afirmou o advogado Adriano Vanni.
Além do crime por homicídio, Gomes da Silva foi denunciado pelos promotores por suposta corrupção e formação de quadrilha na Prefeitura de Santo André.


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