São Paulo, quarta-feira, 06 de março de 2002

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Indignação pragmática
Após a ameaça de Roseana Sarney de abandonar sua candidatura, o PFL pretende entregar os cargos de seus três ministros. Mas tentará manter seus postos de segundo e terceiro escalões. Quer agradar a governadora sem perder suas raízes.

Sempre aliado
Apesar de FHC dizer que, se houver rompimento, o PFL terá de entregar todos os cargos, o partido argumentará que há margem para demovê-lo. Argumento: o partido continuará votando com o governo.

Portal governista
O PFL voltou a exibir na TV os comerciais parodiando o "No Limite" da Globo. Na peça publicitária, um ator diz que Roseana tem carisma e experiência e precisa ser eliminada porque "vai ficar mais forte lá na frente".

Tempestade em copo
FHC nem sempre viu com tanta naturalidade uma ação policial de busca e apreensão -como agora considera o caso da empresa de Roseana no MA. Em 99, tachou de "volta do arbítrio" operação da PF exatamente igual na casa do ex-presidente do BC Chico Lopes.

Memória palaciana
Como no caso da empresa de Roseana Sarney (PFL), os policiais agiram a partir de uma ordem judicial, pedida pelo Ministério Público Federal. FHC chamou a operação de "invasão". A PF investigava suposto envolvimento de Lopes no caso Marka.

Distância regulamentar
ACM não irá à reunião de amanhã da executiva do PFL. Argumenta que sua posição a favor do rompimento do partido com o governo é "pública e notória". E quer ficar livre para criticar uma eventual decisão da cúpula que o contrarie.

Só um sinal
Presidente do PFL, Jorge Bornhausen não tem conversado com ACM nem com Sarney.

Lista grande
Em 99, a mesma reunião presidida por Roseana que autorizou o projeto Usimar -ato pelo qual foi denunciada pelo Ministério Público- aprovou outros 20 projetos colocados sob suspeita em auditoria do Ministério da Integração Nacional.

Passou recibo
O ex-ministro Moreira Franco (PMDB-RJ) passou o dia de ontem ao telefone desmentindo ter divulgado um dossiê contra Roseana e Jorge Murad.

Água fria
O governador Jaime Lerner (PR) é um dos bombeiros de FHC no PFL. O pefelista paranaense telefonou para colegas a fim de advogar que o partido não deixe o governo federal.

Do discurso à prática
O PSDB maranhense pedirá na Assembléia que Roseana formalize sua decisão, anunciada em entrevista, de abrir mão do seu sigilo bancário e fiscal.

Apoio familiar
O deputado Pimentel Gomes (PPS-CE), primo de Ciro Gomes, está recolhendo assinaturas para um pedido de CPI da Dengue na Câmara.

Divisão regional
Mantida a decisão do TSE de verticalizar as coligações, Ciro Gomes (PPS) deverá lançar seu irmão, Cid Gomes, prefeito de Sobral, à sucessão do tucano Tasso Jereissati no Ceará.

Risco de despejo
O PTB quer dar uma demonstração de fidelidade a Ciro. O partido alugou um escritório em Brasília para sediar a campanha do presidenciável. A inauguração será na próxima terça-feira.

Imagem de campanha
O programa de TV de hoje do PSDB terá como slogan "Serra promete, Serra faz". O presidenciável tucano falará de genéricos e de quebra de patentes de remédios da Aids, além de sua atuação no Senado, na UNE e no Planejamento.

TIROTEIO

Do deputado Padre Roque (PT-PR), desdenhando da possibilidade de o PFL entregar seus cargos no governo:
- Dizem que na política tudo é possível, até mesmo ver um cavalo voar. Só uma coisa nunca irá acontecer: o PFL mudar-se para a oposição.

CONTRAPONTO

Pela tangente

Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) participou em São Paulo, há duas semanas, de um debate sobre desemprego. O clima era de tensão, em virtude das críticas da esquerda do PT à aliança com o PL, defendida pelo presidenciável. O assunto pipocava em todos os jornais e colocava em xeque a cúpula do partido.
Na chegada, os jornalistas avançaram sobre Lula, que, em uma atitude incomum, negou-se a falar de pé, rodeado pelos repórteres. Pediu para conversar em uma sala, de forma organizada. Um repórter comentou:
-A coisa deve estar séria. É a primeira vez que o Lula se preocupa com a organização de uma entrevista coletiva.
Minutos depois, ao entrar na sala reservada e ver o batalhão de jornalistas, Lula não se conteve. Com um sorriso irônico, perguntou, provocando risadas:
- Está acontecendo alguma coisa que eu não esteja sabendo?


Próximo Texto: Crise na sucessão: Roseana ameaça desistir se PFL não deixar governo FHC
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.