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CAMPO MINADO
Ministério diz que sempre esteve aberto à negociação e faz crítica à depredação do "patrimônio público"
MST "ultrapassou limite democrático", diz governo em nota
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Deixando de lado o tom conciliador com o MST, o Ministério
do Desenvolvimento Agrário
considerou ontem a invasão da
sede do Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária), no Mato Grosso, um ato que
"ultrapassa os limites democráticos de manifestação".
Em nota à imprensa, o ministério informou que pediu à Polícia
Federal a abertura de inquérito
policial para apurar as responsabilidades no caso. No texto divulgado ontem, no entanto, o governo evitou falar em "invasão" e não
caracterizou explicitamente o ato
como ilegal.
"A mesa de negociação do Ministério do Desenvolvimento
Agrário está e sempre esteve aberta, sendo inaceitáveis atos de violência e depredação do patrimônio público", diz a nota.
No texto, que não traz assinatura de nenhum integrante do governo, o ministério afirma reconhecer "o legítimo direito à manifestação dos movimentos sociais", mas avalia que a ação no
Mato Grosso promovido por integrantes do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra)
passou dos limites devido às depredações no prédio.
De acordo com o ministério, o
governo tem se pautado pelo diálogo com os movimentos sociais e
entidades ligadas ao campo.
Segundo o texto distribuído à
imprensa, o Ministério do Desenvolvimento Agrário já realizou oito audiências públicas para solução de conflitos em sete Estados.
"Neste processo de diálogo, foram possíveis acordos como o estabelecido com a Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, que encerrou o litígio
judicial em torno da definição dos
critérios de produtividades dos
imóveis rurais", afirma.
Na nota, o ministério destaca
que só em janeiro foram desapropriados 200 mil hectares de terras
em 17 Estados. A nota esclarece
que já foram anunciados publicamente todos os nomes dos novos
superintendentes do Incra.
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