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Justiça determina que sem-terra desocupem fazenda em São Paulo
ALESSANDRA KORMANN
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
A Justiça expediu ontem o mandado judicial para a reintegração
de posse da fazenda Santa Isabel,
em Alambari (SP), invadida por
integrantes do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) no sábado. Segundo a
coordenação estadual do MST, há
aproximadamente mil pessoas no
local. A polícia fala em 400.
A liminar determinando a desocupação imediata havia sido concedida na segunda-feira, pelo juiz
Ronnie Herbert Barros Soares, de
Itapetininga (SP).
Ele foi localizado pelo advogado
dos proprietários, Vinícius Camargo Silva, depois que o juiz de
plantão em Sorocaba, responsável pela área, se recusou a analisar
a questão por não se tratar de
"matéria de plantão".
Para que se cumpra a decisão liminar é necessário a expedição do
mandado e a organização de uma
operação policial, no caso de haver resistência.
Ontem, dois carros da Polícia
Militar e um da Polícia Civil foram até a fazenda com os dois oficiais de Justiça, para que eles entregassem aos sem-terra a notificação da determinação judicial.
Segundo o delegado Valter Donizeti Aires, eles foram notificados e a situação estava tranquila
no local. A coordenadora do
acampamento, Maria Rodrigues,
afirmou que os sem-terra ainda
não resolveram se vão deixar a fazenda. Caso saiam, devem invadir
outra propriedade na região.
Maria e outras lideranças do
MST participaram ontem de uma
reunião com representantes do
Incra em São Paulo. A assessoria
informou que o órgão vai enviar
técnicos hoje a Alambari para intermediar a desocupação, para
que ela seja feita pacificamente.
Só após a posse do novo superintendente, Raimundo Pires Silva, que deve ocorrer até segunda, será resolvido se haverá a vistoria
da fazenda Santa Isabel ou de outras naquela área para fins de desapropriação. Segundo o MST, há muitos latifúndios improdutivos
na região, e a Santa Isabel seria um deles. De acordo com o advogado dos proprietários, nos 300 alqueires da fazenda há plantações e 450 cabeças de gado.
Santa Catarina
A assessoria de imprensa da
Comfloresta, que teve uma fazenda invadida pelo MST em Araquari (186 km de Florianópolis)
também no sábado passado, informou que a empresa está reunindo documentos para ingressar na Justiça com o pedido de reintegração de posse, o que poderia
ocorrer até amanhã.
Uma parte da propriedade foi
invadida por cerca de 400 sem-terra -estimativa da PM.
Segundo representantes da
Comfloresta -que atua na produção de madeira por meio de reflorestamento-, trata-se de um "equívoco o MST achar que a área
é improdutiva". A informação é
que a fazenda não está sendo usada para o plantio de pinos porque
passa por um período de "descanso", para a recuperação do solo,
que dura em média dois anos.
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