São Paulo, sábado, 06 de março de 2004

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Em depoimento, suposto funcionário diz que era obrigado a dar parte de seu salário a Bispo Rodrigues, na gestão de Waldomiro no órgão

Promotoria investiga "fantasmas" na Loterj

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério Público Estadual do Rio investiga a existência de funcionários fantasmas na Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro) durante a gestão de Waldomiro Diniz (fevereiro de 2001 a dezembro de 2002).
Em depoimento tomado ontem pela promotora Dora Beatriz Wilson da Costa, um dos supostos funcionários fantasmas disse que entregava a maior parte do seu salário ao deputado federal Bispo Rodrigues (PL-RJ).
O deputado, afastado há duas semanas da coordenação política da Igreja Universal, indicou diretores da Loterj nas gestões de Anthony Garotinho (1999 a abril de 2002) e de sua mulher, a governadora Rosinha Matheus (PMDB).
O suposto funcionário fantasma, Wagner da Silva Corrêa, disse à promotora que, depois de trabalhar sem carteira assinada por dois anos na assessoria do PL, a assessora de Rodrigues, Márcia Alzira, teria proposto em 2001 emprego na Loterj. Ele, porém, continuaria trabalhando no PL.
A carteira de trabalho dele foi assinada pela então diretora administrativa da Loterj, Rivângela França Barros. No governo de Rosinha, Barros foi nomeada vice-presidente do órgão, cargo do qual foi demitida no mês passado.
"Ele disse que nunca pisou na Loterj e que, do salário de R$ 1.700, depositado no Itaú, repassava R$ 1.300 para a Márcia Alzira", afirmou a promotora.
Outros dois supostos funcionários fantasmas deverão ser ouvidos na próxima semana. Eles teriam ficado na Loterj até outubro de 2002, segundo Corrêa.
A promotora Dora Costa preside o inquérito que apura um suposto desvio de verbas publicitárias da Loterj em benefício do Bispo Rodrigues e do deputado Valdeci Paiva (PSL), assassinado em janeiro do ano passado.

Outro lado
Bispo Rodrigues nega a participação em irregularidades na Loterj. Ele está processando o assessor parlamentar Jorge Luiz Dias, que trabalhou para Valdeci Paiva e o acusou de envolvimento no suposto desvio de verba publicitária da Loterj.
Ontem, nem o deputado federal nem sua assessora foram localizados em seus telefones para responder às acusações feitas por Wagner da Silva Corrêa.



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