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Em depoimento, suposto funcionário diz que era obrigado a dar parte de seu salário a Bispo Rodrigues, na gestão de Waldomiro no órgão
Promotoria investiga "fantasmas" na Loterj
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério Público Estadual
do Rio investiga a existência de
funcionários fantasmas na Loterj
(Loteria do Estado do Rio de Janeiro) durante a gestão de Waldomiro Diniz (fevereiro de 2001 a
dezembro de 2002).
Em depoimento tomado ontem
pela promotora Dora Beatriz Wilson da Costa, um dos supostos
funcionários fantasmas disse que
entregava a maior parte do seu salário ao deputado federal Bispo
Rodrigues (PL-RJ).
O deputado, afastado há duas
semanas da coordenação política
da Igreja Universal, indicou diretores da Loterj nas gestões de Anthony Garotinho (1999 a abril de
2002) e de sua mulher, a governadora Rosinha Matheus (PMDB).
O suposto funcionário fantasma, Wagner da Silva Corrêa, disse
à promotora que, depois de trabalhar sem carteira assinada por
dois anos na assessoria do PL, a
assessora de Rodrigues, Márcia
Alzira, teria proposto em 2001
emprego na Loterj. Ele, porém,
continuaria trabalhando no PL.
A carteira de trabalho dele foi
assinada pela então diretora administrativa da Loterj, Rivângela
França Barros. No governo de Rosinha, Barros foi nomeada vice-presidente do órgão, cargo do
qual foi demitida no mês passado.
"Ele disse que nunca pisou na
Loterj e que, do salário de R$
1.700, depositado no Itaú, repassava R$ 1.300 para a Márcia Alzira", afirmou a promotora.
Outros dois supostos funcionários fantasmas deverão ser ouvidos na próxima semana. Eles teriam ficado na Loterj até outubro
de 2002, segundo Corrêa.
A promotora Dora Costa preside o inquérito que apura um suposto desvio de verbas publicitárias da Loterj em benefício do Bispo Rodrigues e do deputado Valdeci Paiva (PSL), assassinado em
janeiro do ano passado.
Outro lado
Bispo Rodrigues nega a participação em irregularidades na Loterj. Ele está processando o assessor parlamentar Jorge Luiz Dias,
que trabalhou para Valdeci Paiva
e o acusou de envolvimento no
suposto desvio de verba publicitária da Loterj.
Ontem, nem o deputado federal
nem sua assessora foram localizados em seus telefones para responder às acusações feitas por
Wagner da Silva Corrêa.
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