São Paulo, sexta-feira, 06 de abril de 2001

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PAINEL

Regime forçado
Os caciques do PFL não-carlista avaliaram, em almoço no Palácio do Jaburu, que a divisão do partido é irreversível. Problema à vista: sem ACM, constataram os pefelistas, o partido perderá metade de sua força política na mesa de negociação dos aliados para a sucessão presidencial.

Fora do ar
O isolamento de ACM no PFL vai ser explicitado no dia 29, quando o programa de TV do partido irá ao ar sem nenhum aliado do baiano. Jorge Bornhausen e Marco Maciel dominarão a cena. Os dois já prevêem a reação do baiano.

Falta de assunto
Com a exclusão de ACM, o PFL arrumou um problema: conseguir um tema para o programa. Os dois motes mais populares, aumento do salário mínimo e fundo da pobreza, estão atrelados ao senador.

Gaveta trancada
Jader Barbalho e o BC, como partes interessadas, poderiam, se quisessem, requerer que a investigação sobre o caso Banpará tivesse continuação no Ministério Público do Pará.

Votação difícil
Aécio Neves prometeu ontem à OAB votar a limitação das medidas provisórias em maio. É a segunda vez que o tucano adia a data. Antes, dissera que votaria em março e em abril.

Nome de guerra
Foi batizado ontem de Brasil Legal o programa do governo federal que destina R$ 700 milhões para urbanização de favelas nas metrópoles.

Mapa do Brasil
De José Sarney, sobre o convite para FHC disputar o Senado pelo Acre: "Não quero ficar com o pioneirismo de presidente que se candidata ao Senado por outro Estado". Ele lembra que Duque de Caxias (RJ) saiu pelo Rio Grande do Sul. Getúlio (RS) foi candidato por três Estados. E JK (MG) foi eleito em Goiás.


Raposas e galinheiro
Um parágrafo de emenda aprovada na Câmara dos Deputados esvazia a Comissão de Valores Mobiliários, transferindo às Bolsas a fiscalização e a punição de seus membros em casos de operações ilícitas. O texto tem de passar pelo Senado.

Delegação cuidadosa
Luiz Octávio da Motta Veiga, ex-presidente da CVM, diz que a auto-regulação é sempre bem-vinda. "Mas a CVM de forma alguma pode delegar totalmente essa função, já que as Bolsas ainda são predominantemente administradas por instituições financeiras, com presença tímida dos investidores", diz.

Auxiliares do xerife
Autor da emenda, o tucano Luiz Carlos Hauly (PR) diz que o governo, a CVM e os acionistas minoritários foram ouvidos: "O entendimento geral é que as alterações fortalecem a CVM".

De olho no voto alheio
Marta (PT) contratou um instituto de pesquisa para aferir sua popularidade após três meses de governo. Pediu informações detalhadas sobre a avaliação feita pelos eleitores de Paulo Maluf.

Entre amigos
CPI contida, FHC jantou na última terça-feira na pizzaria La Focaccia, em Brasília, acompanhado de Vilmar Faria (assessor especial), David Zylbersztajn (Agência Nacional do Petróleo) e Andrea Matarazzo (Comunicação de Governo).

Audiência pública
Pressionado pela cúpula do PT, Eduardo Suplicy pretende fazer debates pelo Brasil antes de decidir se mantém sua pré-candidatura a presidente da República. Na terça, o petista ouvirá a opinião da bancada do Senado.

Visita à Folha
Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Osvaldo Martins, secretário de Comunicação.

TIROTEIO

Do deputado Arnaldo Faria de Sá (sem partido), secretário de Governo na gestão Celso Pitta, sobre o balanço feito por Marta dos seus 90 dias de governo:
- Marta Suplicy é uma boa garota-propaganda. O produto é que está ruim.

CONTRAPONTO

Telefone sem fio

A manifestação da oposição baiana na Câmara, anteontem, deixou o PFL desnorteado. O deputado Ricardo Fiuza (PE) disse a José Carlos Aleluia:
- Precisamos fazer alguma coisa para defender ACM!
Sem saber o que fazer, Aleluia ligou para o líder na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE):
- Precisamos fazer alguma coisa para defender ACM!
Também perdido, Inocêncio recorreu ao presidente da Casa, o tucano Aécio Neves (MG):
- Precisamos fazer alguma coisa para defender ACM!
Ao saber que o assunto tinha caído nas mãos de tucanos, o deputado Paulo Magalhães (PFL), sobrinho de ACM, resolveu ir à manifestação e decidir à maneira dos coronéis: agrediu o jornalista Maneca Muniz, autor de um livro contra o seu tio.
O deputado foi mais realista do que o rei. Ontem, ACM puxou-lhe as orelhas.


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