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OUTRO LADO
Senador diz que laudo "é mentira" e não o atinge
DA ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
DA AGÊNCIA FOLHA EM SALVADOR
O senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA) reagiu
ontem à informação sobre o
novo laudo que atesta o envolvimento de Renato Tourinho e Marco Antônio Leal
de Souza com as contas-fantasmas abertas no Citibank e
no extinto Banco Econômico em 1990, com a seguinte
frase: ""Isso não me atinge
porque é mentira. Pode ser
do instituto de criminalística
de onde for, que é falso. Essas pessoas não foram fantasmas".
O senador disse que desconhecia o laudo do Instituto
de Criminalística da Secretaria de Segurança do Estado
de São Paulo, concluído em
fevereiro, que apontou Marco Antônio Leal de Souza como autor das assinaturas da
fantasma Esmeralda.
Disse que soube apenas do
laudo concluído no ano passado, que afirmava não ter
sido possível identificar
quem assinava por Hugo
Freire e Heloisa Góes Freire,
os fantasmas da conta.
Indagado se iria contratar
outra perícia privada, ACM
disse que isso não seria com
ele: "Não sou citado no inquérito". Disse que seu nome não foi citado por nenhuma das pessoas (segundo ele, mais de 60) que prestaram depoimento à Polícia
Federal.
O ex-gerente da agência do
Citibank Renato Tourinho
afirmou desconhecer o laudo que atestou serem dele os
manuscritos do contrato de
abertura da conta dos fantasmas Hugo Tavares Freire
Filho e Heloisa Góes Freire.
Tourinho disse ter sido
submetido a quatro exames
grafotécnicos que teriam
atestado o contrário.
Ele disse que não admite o
resultado apontado pelo instituto paulista: ""Não preenchi a ficha da abertura da
conta nem escrevi nada no
verso dos cheques dos fantasmas".
Tourinho nega até mesmo
que tenha sido apontado como responsável no laudo do
Instituto de Criminalística
da Polícia Federal, em 1993,
embora a informação conste
do relatório do inquérito policial e também da denúncia
assinada pela procuradora
da República Mariane Guimarães de Mello.
O ex-gerente é hoje diretor
da agência de publicidade
Pejota. Ele afirmou não ter
nada a comentar sobre o assunto além do que já declarou nos depoimentos à Polícia Federal e à Justiça.
Críticas
Advogado de Marco Antônio Leal Souza no processo,
Genaro José de Oliveira criticou os laudos do instituto
paulista. "Há desleixo, descuido e despreparo na elaboração", afirmou.
De acordo com o advogado de Souza, os peritos apenas reproduziram partes do
laudo inicial da própria Polícia Federal, que foi concluído em 1993.
"Em momento algum os
peritos colheram os grafismos das pessoas que são
acusadas de assinar pelos
fantasmas. No processo, eu
fiz uma petição comprometendo-me a pagar todas as
despesas decorrentes de
transportes e hospedagens.
Eles (os peritos) não fizeram
nada disso, por espírito de
corpo", afirmou.
Disse que enviou uma nova petição ao juiz Antônio
Oswaldo Scarpa pedindo
que ele indique um perito da
Universidade Federal da Bahia para novamente colher
os manuscritos dos acusados e fazer novo laudo.
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