São Paulo, sexta-feira, 06 de abril de 2001

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EXÉRCITO

Polícia prende desertor 13 anos depois

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A PE (Polícia do Exército) gaúcha realizou uma operação incomum: prendeu o técnico em eletrônica Sérgio Ricardo Portela Pedroso 13 anos depois de ele ter abandonado o serviço militar.
Como Pedroso servia no 12º Regimento de Cavalaria Mecanizada em Porto Alegre e a unidade foi deslocada para Jaguarão (383 km da capital gaúcha), ele foi transferido para o interior ontem.
Pedroso, 32, não sabia que era réu nem que havia uma ordem de prisão contra ele. ""Nunca me procuraram, não entendo o que houve. Tudo aconteceu na frente do meu filho de seis anos", disse Pedroso em depoimento à vice-presidente da Assembléia Legislativa gaúcha, Maria do Rosário (PT), que integra a Comissão de Direitos Humanos. Ele não explicou o motivo de ter fugido do quartel.
De acordo com o depoimento de Pedroso, ele tem título de eleitor, nunca deixou de votar e sempre morou no mesmo endereço após deixar o Exército.
""Ele foi algemado na frente do filho sem saber o porquê. Já ficamos sabendo que o que fez é considerado crime imprescritível e que não há previsão de habeas corpus", disse Rosário.
Pedroso serviu no Exército em 1987, deixando-o três meses antes de terminar o prazo. Na tarde de terça, ao levar o filho para casa, foi abordado por dois homens à paisana e armados.
Sem explicação alguma, foi colocado em um carro. Ele só foi informado do motivo quando chegou à sede da PE, onde ficou detido até ontem, antes de ser levado ao interior.
A imprescritibilidade se deve ao fato de o crime ser continuado. Ou seja, só deixa de ser executado quando o desertor é preso ou se apresenta. Há a alternativa de o desertor terminar de cumprir o serviço militar ou ser preso por até quatro anos.
Os mandados de prisão são renovados a cada seis meses.


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