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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Senador planeja concorrer ao governo da Paraíba, o que atrapalha a coligação do PMDB com o PSDB
Suassuna deixa governo e pede vice do NE
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As dificuldades da aliança do
PSDB com o PMDB em torno da
candidatura do tucano José Serra
ficaram mais uma vez evidenciadas ontem com a saída do peemedebista Ney Suassuna do Ministério da Integração Nacional.
Suassuna deixou o ministério
para concorrer ao governo da Paraíba contra o tucano Cássio Cunha Lima, em uma das disputas
regionais que estão atrapalhando
a aliança entre os partidos.
O ministro transmitiu o cargo à
secretária-executiva do ministério, Mary Dayse Kinzo, que assume interinamente. Doutora em
sociologia política e ex-professora
da UnB (Universidade de Brasília), Mary Dayse é filiada ao
PMDB. Desde 2000 ela integra a
equipe técnica do ministério.
O peemedebista, que alimentava o sonho de ser vice de Serra, segundo interlocutores do partido,
disse: "Acho muita areia para o
meu caminhãozinho. Não rejeito
parada, mas o que vier está bem".
Na solenidade, Suassuna chegou a
ficar emocionado, com os olhos
vermelhos e a voz embargada.
Depois de uma semana de indecisão e sem que o partido encontrasse outra alternativa para o Estado, Suassuna se despediu da
pasta dois dias após o presidente
Fernando Henrique Cardoso dar
posse a nove novos ministros.
"Abrir mão de uma eleição para
o governo do Estado que sabemos
que vamos ganhar, largar um Estado, é realmente muito pesado
para o partido", disse Suassuna.
O ex-ministro previu dificuldades para Serra se em sua chapa o
vice não for um político do Nordeste e criticou a possibilidade de
ser o ex-prefeito de Joinville Luiz
Henrique (PMDB). "Não está decidido, mas seria visto pelos nordestinos, pelos nortistas e pelas
pessoas do Centro-Oeste como o
Sul-Sudeste querendo o domínio
além do econômico", afirmou.
Suassuna começa sua campanha hoje em João Pessoa com
uma carreata logo que chegar ao
aeroporto da cidade: "O presidente [Fernando Henrique Cardoso"
tem o partido dele, o PSDB, mas
sabe que lá [Paraíba" quem é realmente leal somos nós [PMDB"".
Após anunciar sua saída da pasta, Suassuna se reuniu com o presidente e encaminhou os nomes
que devem compor as diretorias
da ADA (Agência do Desenvolvimento da Amazônia) e da Adene
(Agência do Desenvolvimento do
Nordeste), que deram lugar às extintas Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia e
Sudene Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste.
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