São Paulo, sábado, 06 de abril de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Senador planeja concorrer ao governo da Paraíba, o que atrapalha a coligação do PMDB com o PSDB

Suassuna deixa governo e pede vice do NE

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As dificuldades da aliança do PSDB com o PMDB em torno da candidatura do tucano José Serra ficaram mais uma vez evidenciadas ontem com a saída do peemedebista Ney Suassuna do Ministério da Integração Nacional.
Suassuna deixou o ministério para concorrer ao governo da Paraíba contra o tucano Cássio Cunha Lima, em uma das disputas regionais que estão atrapalhando a aliança entre os partidos.
O ministro transmitiu o cargo à secretária-executiva do ministério, Mary Dayse Kinzo, que assume interinamente. Doutora em sociologia política e ex-professora da UnB (Universidade de Brasília), Mary Dayse é filiada ao PMDB. Desde 2000 ela integra a equipe técnica do ministério.
O peemedebista, que alimentava o sonho de ser vice de Serra, segundo interlocutores do partido, disse: "Acho muita areia para o meu caminhãozinho. Não rejeito parada, mas o que vier está bem". Na solenidade, Suassuna chegou a ficar emocionado, com os olhos vermelhos e a voz embargada.
Depois de uma semana de indecisão e sem que o partido encontrasse outra alternativa para o Estado, Suassuna se despediu da pasta dois dias após o presidente Fernando Henrique Cardoso dar posse a nove novos ministros.
"Abrir mão de uma eleição para o governo do Estado que sabemos que vamos ganhar, largar um Estado, é realmente muito pesado para o partido", disse Suassuna.
O ex-ministro previu dificuldades para Serra se em sua chapa o vice não for um político do Nordeste e criticou a possibilidade de ser o ex-prefeito de Joinville Luiz Henrique (PMDB). "Não está decidido, mas seria visto pelos nordestinos, pelos nortistas e pelas pessoas do Centro-Oeste como o Sul-Sudeste querendo o domínio além do econômico", afirmou.
Suassuna começa sua campanha hoje em João Pessoa com uma carreata logo que chegar ao aeroporto da cidade: "O presidente [Fernando Henrique Cardoso" tem o partido dele, o PSDB, mas sabe que lá [Paraíba" quem é realmente leal somos nós [PMDB"".
Após anunciar sua saída da pasta, Suassuna se reuniu com o presidente e encaminhou os nomes que devem compor as diretorias da ADA (Agência do Desenvolvimento da Amazônia) e da Adene (Agência do Desenvolvimento do Nordeste), que deram lugar às extintas Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia e Sudene Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste.


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