São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2004

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SOMBRA NO PLANALTO

Ministro da Justiça afirma que investigação do caso Waldomiro não será interrompida

Apuração é ponto de honra, diz Bastos

IURI DANTAS
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, qualificou ontem como "ponto de honra" para o governo a investigação sobre a extensão do caso Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil exonerado, a pedido, em fevereiro por pedir propina a um empresário de jogos. A Polícia Federal, se necessário, poderá abrir novo inquérito para continuar as apurações.
"Não há a menor hipótese de que nós paremos a investigação do caso Waldomiro, isso [elucidar a atuação dele] é um ponto de honra para o governo federal", afirmou Bastos. Ele afirmou que "existem laudos pendentes em fase de elaboração", sem detalhar que exames seriam estes. De acordo com Bastos, "a primeira determinação do presidente da República quando surgiu esse caso foi que se apurasse amplamente, em todas as ramificações".
A abertura de um inquérito pela PF vem sendo usada pelo governo como argumento para evitar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso. A oposição tenta instalar a comissão desde que veio a tona, no dia 13 de fevereiro, um vídeo no qual Waldomiro pede propina ao empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Waldomiro era homem de confiança do ministro José Dirceu (Casa Civil). Desde sexta, o inquérito da PF está suspenso. Para embasar a denúncia de Waldomiro por corrupção, o procurador Marcelo Serra Azul pediu à Justiça que requisitasse o inquérito e as provas produzidas pela PF.
Todo o material levantado desde o dia 13 de fevereiro, quando o inquérito foi aberto a pedido de Bastos, foi enviado à Justiça.
Segundo o ministro da Justiça, "a polícia parou o inquérito porque o processo foi ao Fórum e lá surgiu uma denúncia". Por isso, antes de determinar a abertura de novo inquérito, Bastos vai aguardar se a Justiça Federal acolhe ou não a denúncia. "Não sei se será aberto novo inquérito ou se será feito neste mesmo", disse.
O juiz Clóvis Barbosa, da 10ª vara federal em Brasília, deu um prazo de 15 dias para que os denunciados apresentem defesa. Após esse período, vai decidir se acolhe ou não a denúncia.
Se acolher, a PF poderia abrir um novo inquérito.


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