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SOMBRA NO PLANALTO
Ministro da Justiça afirma que investigação do caso Waldomiro não será interrompida
Apuração é ponto de honra, diz Bastos
IURI DANTAS
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, qualificou ontem
como "ponto de honra" para o
governo a investigação sobre a extensão do caso Waldomiro Diniz,
ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil exonerado, a pedido, em fevereiro por pedir propina a um empresário de
jogos. A Polícia Federal, se necessário, poderá abrir novo inquérito
para continuar as apurações.
"Não há a menor hipótese de
que nós paremos a investigação
do caso Waldomiro, isso [elucidar a atuação dele] é um ponto de
honra para o governo federal",
afirmou Bastos. Ele afirmou que
"existem laudos pendentes em fase de elaboração", sem detalhar
que exames seriam estes. De acordo com Bastos, "a primeira determinação do presidente da República quando surgiu esse caso foi
que se apurasse amplamente, em
todas as ramificações".
A abertura de um inquérito pela
PF vem sendo usada pelo governo
como argumento para evitar uma
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) no Congresso. A oposição tenta instalar a comissão
desde que veio a tona, no dia 13 de
fevereiro, um vídeo no qual Waldomiro pede propina ao empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Waldomiro era homem de confiança do ministro José Dirceu
(Casa Civil). Desde sexta, o inquérito da PF está suspenso. Para embasar a denúncia de Waldomiro
por corrupção, o procurador
Marcelo Serra Azul pediu à Justiça que requisitasse o inquérito e
as provas produzidas pela PF.
Todo o material levantado desde o dia 13 de fevereiro, quando o
inquérito foi aberto a pedido de
Bastos, foi enviado à Justiça.
Segundo o ministro da Justiça,
"a polícia parou o inquérito porque o processo foi ao Fórum e lá
surgiu uma denúncia". Por isso,
antes de determinar a abertura de
novo inquérito, Bastos vai aguardar se a Justiça Federal acolhe ou
não a denúncia. "Não sei se será
aberto novo inquérito ou se será
feito neste mesmo", disse.
O juiz Clóvis Barbosa, da 10ª vara federal em Brasília, deu um
prazo de 15 dias para que os denunciados apresentem defesa.
Após esse período, vai decidir se
acolhe ou não a denúncia.
Se acolher, a PF poderia abrir
um novo inquérito.
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