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ESCÂNDALO DO MENSALÃO/ O DESFECHO
Nome de vice-governador de Minas, Clésio Andrade(PTB), foi retirado com apoio de tucanos
Concessões feitas por relator beneficiaram sete partidos
RUBENS VALENTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As concessões feitas de última
hora pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) no seu próprio
relatório da CPI dos Correios
atenderam interesses pontuais de
políticos e de sete partidos. Foram
35 alterações ao todo.
O inteiro teor das alterações ainda não foi avaliado porque a íntegra do relatório, já com as mudanças, não havia sido divulgada
até as 21h de ontem. Foi distribuída apenas uma relação resumida
das alterações, que tiveram como
base sugestões de parlamentares
do PP, do PTB, do PSDB, do PFL,
do PMDB, do PPS e do PT.
Houve mudanças de alcance
obscuro, como a proposta pelo
deputado Alberto Fraga (PMDB-DF), que retirou o pedido de indiciamento, por suposto crime de
gestão temerária, de apenas um
dirigente de corretora (Marcos
César de Cássio Lima, da Quality),
quando há mais de três dezenas
de executivos nas mesmas circunstâncias no relatório final.
O PP, por meio de uma sugestão
assinada por três parlamentares
(Nelson Meurer, Nélio Dias e Ildeu Araújo), conseguiu incluir a
observação de que o partido tinha
conhecimento do suposto pagamento de R$ 700 mil para o advogado Paulo Goyaz. A observação é
de interesse do presidente do partido, deputado federal cassado
Pedro Corrêa (PE), cuja defesa sobre a acusação de ter participado
do esquema de saques do "valerioduto" consiste em dizer que o
dinheiro foi repassado para custear despesas advocatícias em diversos processos judiciais movidos contra o ex-deputado Ronivon Santiago (AC).
Exclusão tucana
Após um intenso lobby do vice-governador de Minas, Clésio Andrade (PTB-MG), que destacou
dois advogados para percorrer o
Senado, seu nome foi retirado da
lista dos indiciados.
O PSDB apoiou a exclusão, porque a citação atingiria indiretamente o governador tucano Aécio
Neves. Segundo o próprio Serraglio, a retirada do nome do Clésio
teve como base o próprio relatório paralelo do PT.
Na lista de alterações houve a
correção de pelo menos um erro
material. Um dos apontados como autor de saques no valerioduto, o petista José Adelar Nunes, teve seu pedido de indiciamento sugerido pelo relatório final. Mas,
segundo revelou anteontem o
"Correio Braziliense", Nunes
morreu em 2004. Seu nome foi
agora retirado da lista.
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