São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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EM NOME DO EX-MINISTRO

José Roberto Leal tem temperamento forte

Advogado acumula defesas polêmicas

DA REPORTAGEM LOCAL

José Roberto Leal, 60, um dos advogados de defesa do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda), é o mesmo que foi citado por Paulo Maluf (PP) como o suposto encarregado de comprar o silêncio de um doleiro que incriminava o ex-prefeito.
O nome de Leal surgiu numa conversa entre Maluf e o filho Flávio, gravada pela Polícia Federal em junho do ano passado e que se converteu num dos motivos que levaram a Justiça a decretar a prisão de pai e filho.
No diálogo, Maluf se diz irritado com Leal, que teria conduzido mal a conversa com o doleiro. "O Leal não serve como embaixador [...]. Em próxima missão diplomática, não pode botar o Leal", afirmou Maluf.
À época, o advogado e os Maluf disseram que o diálogo estava fora de contexto.
Apreciador, como Maluf, de vinhos, o advogado também é conhecido pelo temperamento irascível. Anteontem, questionado por uma jornalista da Folha sobre quem pagava os honorários dele e de seu colega José Roberto Batochio, respondeu: "Posso dizer que foram várias pessoas, sua mãe, seu pai".
O advogado gosta de associar sua biografia à defesa de presos políticos durante o regime militar. Foi por isso cobrado por colegas e amigos quando passou a defender o ex-prefeito.
Em 71, num nos períodos mais duros do regime, com Emílio Garrastazu Médici presidente da República, Leal, então estudante de direito da Universidade de São Paulo, foi eleito presidente do 11 de Agosto. Entre 70 e 80, Leal atuou na defesa dos processados pela Justiça Militar. Foi assim que conheceu a primeira mulher, ex-presa política.


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