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PSDB tenta barrar depoimento em SP
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT conseguiu aprovar ontem
na Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa paulista um convite para que Jaime de
Castro Júnior, ex-gerente de Marketing da Nossa Caixa, preste depoimento aos deputados.
À noite, porém, o líder do governo, Edson Aparecido (PSDB),
contestou a ação e disse que hoje
apresentará uma questão de ordem para que o presidente do Legislativo, Rodrigo Garcia (PFL),
desconsidere o convite. Se isso se
confirmar, mais uma vez o governo conseguirá barrar o depoimento de envolvidos com o caso
de publicidade da Nossa Caixa.
Entre setembro de 2003 e julho
de 2005, Castro Júnior autorizou
pagamentos que somaram R$ 25
milhões às agências de propaganda Full Jazz Comunicação e Propaganda e Colucci Propaganda
que, mesmo sem contrato, continuaram prestando serviços ao
banco. No mês passado, a Folha
informou que a Nossa Caixa favoreceu deputados aliados do ex-governador Geraldo Alckmin
(PSDB) na liberação de anúncios
para programas de rádio e TV e
publicações. O gerente foi demitido da Nossa Caixa em dezembro e
preparou um relatório de 42 páginas em que revela outras irregularidades e as pressões que recebeu
do Palácio dos Bandeirantes.
Por duas vezes, o PT já havia
tentado levar Castro Júnior, o presidente da Nossa Caixa, Carlos
Eduardo Monteiro, o ex-assessor
especial de Comunicação do governo Roger Ferreira e o presidente da Contexto, Saint'Clair
Vasconcelos para depor na Comissão de Finanças e Orçamento,
mas a base governista não deixou.
Na reunião de ontem da Comissão de Segurança Pública, presidida pelo deputado Afanásio Jazadji
(PFL), o deputado Romeu Tuma
Júnior (PMDB) disse que obtivera
informações de que o ex-gerente
de Marketing da Nossa Caixa estaria sendo vítima de "pressão e
constrangimento ilegal" e, inclusive, estaria se escondendo.
O deputado Carlinhos de Almeida (PT), então, apresentou requerimento para que a comissão
ouvisse Castro Júnior. O pedido
foi aprovado pelos cinco membros presentes, sendo apenas um
-Edson Ferrarini (PTB) -, da
base de apoio do governo.
"Precisamos saber se essas
ameaças têm relação com as denúncias que ele fez", afirmou Carlinhos de Almeida. A data do depoimento ainda não foi marcada.
Edson Aparecido, no entanto,
questiona a aprovação do pedido
na comissão. De acordo com o líder do governo na Assembléia, o
procedimento "não tem validade" porque teria sido feito oralmente pelo petista, contrariando
o Regimento Interno. "Não questionamos o convite, mas a forma
como foi feito", afirmou.
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