São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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PSDB tenta barrar depoimento em SP

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT conseguiu aprovar ontem na Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa paulista um convite para que Jaime de Castro Júnior, ex-gerente de Marketing da Nossa Caixa, preste depoimento aos deputados.
À noite, porém, o líder do governo, Edson Aparecido (PSDB), contestou a ação e disse que hoje apresentará uma questão de ordem para que o presidente do Legislativo, Rodrigo Garcia (PFL), desconsidere o convite. Se isso se confirmar, mais uma vez o governo conseguirá barrar o depoimento de envolvidos com o caso de publicidade da Nossa Caixa.
Entre setembro de 2003 e julho de 2005, Castro Júnior autorizou pagamentos que somaram R$ 25 milhões às agências de propaganda Full Jazz Comunicação e Propaganda e Colucci Propaganda que, mesmo sem contrato, continuaram prestando serviços ao banco. No mês passado, a Folha informou que a Nossa Caixa favoreceu deputados aliados do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na liberação de anúncios para programas de rádio e TV e publicações. O gerente foi demitido da Nossa Caixa em dezembro e preparou um relatório de 42 páginas em que revela outras irregularidades e as pressões que recebeu do Palácio dos Bandeirantes.
Por duas vezes, o PT já havia tentado levar Castro Júnior, o presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, o ex-assessor especial de Comunicação do governo Roger Ferreira e o presidente da Contexto, Saint'Clair Vasconcelos para depor na Comissão de Finanças e Orçamento, mas a base governista não deixou.
Na reunião de ontem da Comissão de Segurança Pública, presidida pelo deputado Afanásio Jazadji (PFL), o deputado Romeu Tuma Júnior (PMDB) disse que obtivera informações de que o ex-gerente de Marketing da Nossa Caixa estaria sendo vítima de "pressão e constrangimento ilegal" e, inclusive, estaria se escondendo.
O deputado Carlinhos de Almeida (PT), então, apresentou requerimento para que a comissão ouvisse Castro Júnior. O pedido foi aprovado pelos cinco membros presentes, sendo apenas um -Edson Ferrarini (PTB) -, da base de apoio do governo.
"Precisamos saber se essas ameaças têm relação com as denúncias que ele fez", afirmou Carlinhos de Almeida. A data do depoimento ainda não foi marcada.
Edson Aparecido, no entanto, questiona a aprovação do pedido na comissão. De acordo com o líder do governo na Assembléia, o procedimento "não tem validade" porque teria sido feito oralmente pelo petista, contrariando o Regimento Interno. "Não questionamos o convite, mas a forma como foi feito", afirmou.


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