São Paulo, segunda, 6 de abril de 1998

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Eterno dilema

Uma ala do PT defende que Marta Suplicy polarize com Paulo Maluf, o líder nas pesquisas da eleição paulista. A maioria, porém, acha que o partido precisa bater em Mário Covas, para garantir a vaga no 2º turno.

Dupla do barulho
O PPB de Maluf está com um pé na canoa de Newton Cardoso, que disputa o governo de Minas pelo PMDB. Os dois têm se falado com frequência.

Apoio virtual
A direção nacional do PT ficou sem candidato ontem na escolha do petista que concorrerá ao governo do Paraná. Queria coligação com Requião (PMDB), mesmo sabendo que ele não poderia apoiar Lula para presidente.

Eleição à vista
O quercista Marcos Monti, ex-prefeito de São Manuel, assume hoje a Associação paulista dos Municípios. Celso Giglio deixa a entidade para disputar uma vaga na Câmara pelo PTB.

Esfolado
Jaime Lerner (PFL-PR) ficou sem a Previdência e ganhou um problema. O empresário Carvalhinho, um dos postulantes ao cargo, soube que o governador levara seu nome a FHC, mas dissera preferir Renato Folador.

Interiorização do crime
A região paulista onde mais cresceu a taxa de homicídios na década foi a de Ribeirão Preto: 157%. De 91 para 96, pulou de 7ª para 3ª mais violenta no Estado. Agora, só perde para a de Santos e para a Grande São Paulo.

Saldo para gastar
Apesar do déficit em suas contas, o governo federal terminou 97 com um saldo de R$ 29 bi em caixa -quase o dobro do que ficara ao fim de 96. Com a reeleição pela frente, será difícil o fenômeno se repetir este ano.

Ano interminável
Para o governo federal, 97 é o ano que não acabou. Num ato inédito, FHC ainda está gastando o orçamento do ano passado, junto com o deste ano. A comissão de Fiscalização da Câmara vai questionar a legalidade disso.

Operação difícil
Preocupados com a chance de FHC levar no 1º turno, deputados de oposição tentam um armistício entre Lula e Ciro Gomes. E explicam: antes de brigar para ver quem vai ao 2º turno, é preciso garantir que ele exista.

Unanimidade tem preço
Ao pôr quase toda oposição na aliança governista, FHC transformou a eleição em plebiscito. Se não levar no 1º turno, a vitória eleitoral vira derrota política a ser explorada pelos aliados na formação do segundo governo.

Mexeu e não moveu
Apesar do remendo ministerial, o núcleo de poder do governo não mudou: continua sendo de Clóvis Carvalho e Eduardo Jorge. Mesmo com a eventual saída do último para coordenar a reeleição, ele manterá suas funções políticas no governo.

Ressaca pós-eleitoral
Cresce entre especialistas de várias correntes a opinião de que devem ser feitas mudanças no cálculo do índice oficial de desemprego. Elas provavelmente levarão a um aumento da taxa. Mas só após a eleição.

Mágoa regional
As bancadas da região Sul e Sudeste dizem que, para quem quer fazer do filho Luís Eduardo candidato a presidente em 2002, ACM não está distribuindo poder. Reclamam de o cacique baiano ter dois ministros.

Também pensa em 2002
O governador Jaime Lerner (PFL-PR) é outro que está insatisfeito com ACM. Soube que o baiano disse que, como ele já tinha levado R$ 800 mi do governo federal, não precisava fazer o ministro da Previdência.

Pegou pesado
Maluf até gritou com a bancada do PPB do Paraná na quinta, em Brasília. A seção estadual estava acertando com Álvaro Dias (PSDB). A pedido do PFL, que vai apoiá-lo em SP, bateu o pé

TIROTEIO


De Ivan Valente (PT-SP), sobre Abílio Baeta Neves, secretário do MEC, ter dito que a competência para definir reajuste para os professor é da área econômica, e não do MEC:
- É a confissão de que, no governo FHC, política educacional compete ao Ministério da Fazenda. Enquanto isso, o Ministério da Educação se dedica ao corte de verbas e à propaganda enganosa.
pelo governador Jaime Lerner.

CONTRAPONTO

Cada vez pior
Na última quinta, o ministro da Saúde, José Serra, foi a Belo Horizonte, cidade onde há mais casos de dengue em Minas.
Encontrou o governador do Estado, Eduardo Azeredo (PSDB), em uma rápida cerimônia para liberar verba federal a fim de combater a doença. Entre os presentes, estava Pimenta da Veiga, candidato tucano a deputado federal.
Pimenta contou a Serra que contraíra dengue. E relatou os terríveis sintomas da doença. No meio da conversa, o tucano mineiro brincou com o fato de Serra aparecer nas fotos dos jornais daquele dia olhando as larvas do mosquito que transmite a doença:
- Vou levar de presente para você uma caixinha cheia de mosquitos. E com uma pontaria bem certeira!
O ministro recusou a oferta de grego:
- Obrigado, mas tenho que estar com a saúde boa para acabar com a dengue.



Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.