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CNBB ameaça
suspender
padre que se
candidatar
FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba
A CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil), seção Paraná, ameaça com suspensão os padres do Estado que se candidatarem a cargos eletivos.
Segundo o padre Carlos Alberto
Chiquim, secretário-executivo da
CNBB-PR, cerca de 20 dos 1.200
padres que atuam no Paraná têm
pretensão de concorrer. Se decidirem disputar uma vaga de deputado estadual ou federal, esses padres terão de se licenciar para não
serem suspensos.
Assim, caso sejam eleitos, eles ficam proibidos de celebrar missas e
ministrar sacramentos enquanto
exercerem o mandato. A decisão
da CNBB-PR foi tomada após encontro dos 22 bispos do Estado em
Cornélio Procópio (PR), de 29 a 31
de março. Segundo o secretário-executivo da CNBB-PR, o voto pela
suspensão foi unânime.
O secretário disse que a decisão
se baseia no Código do Direito Canônico, que limitaria a atuação
dos padres à evangelização. Para
ele, ao se candidatar a um cargo
eletivo, o padre estimula a desunião, contrariando sua missão.
"Ele vai provocar a divisão da comunidade porque não vai nunca
obter o consenso", afirmou.
Segundo Chiquim, a decisão da
CNBB-PR é isolada, mas já foi comunicada ao secretário-geral da
CNBB, d. Raimundo Assis Damaceno. A posição da CNBB-PR deve
ser debatida durante o encontro
anual dos bispos brasileiros em
Itaici, interior paulista, que acontece de 21 de abril a 1º de maio.
Um dos principais prejudicados
com a decisão é o deputado federal
padre Roque Zimmermann
(PT-PR), que está em seu primeiro
mandato. Ele já havia decidido
disputar a reeleição. "Estou no sacerdócio há 32 anos. Mesmo que
me licencie, o que seria uma pena,
não vou deixar de ser padre", disse
Zimmermann. Só o PT-PR tem 11
padres.
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