São Paulo, segunda, 6 de abril de 1998

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Procuradoria faz acusação

da Sucursal de Brasília

A Procuradoria da República no Acre acusa o governador Orleir Cameli de ter promovido um negócio ilegal com uma empresa de seus pais para superfaturar as obras de recuperação de um aeroporto no interior do Estado.
Ação civil movida pela Procuradoria no último dia 30 pede à Justiça que Cameli devolva aos cofres públicos R$ 3,6 milhões, gastos para construir menos de um quilômetro de asfalto do aeroporto de Marechal Thaumaturgo (AC).
A Procuradoria quer a nulidade da licitação e do contrato firmado para a recuperação do aeroporto na cidade, distante 600 km de Rio Branco e onde vivem apenas 499 moradores.
O governador nega que haja irregularidades. "Isso é palanque político. O projeto foi aprovado pela Aeronáutica. Não é pelo fato de eu ser governador que a minha família vai deixar de trabalhar", disse.
Um quilômetro de asfalto é construído hoje, pelo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) por cerca de R$ 66 mil, incluindo abertura do leito da estrada, terraplanagem, limpeza, cobertura asfáltica etc.", afirma a ação.
A Procuradoria afirma que a obra foi feita com material de má qualidade: "Em novembro de 97, poucos dias depois de sua inauguração, já apareciam os primeiros sinais de afundamento da área de estacionamentos de aeronaves".
Segundo a Procuradoria, a empresa Etam foi contratada em licitação supostamente fraudulenta para executar as obras. Seus sócios são os pais do governador -Marmud Ferreira Cameli e Maria do Patrocínio Cameli.
A lei 8.666/93, de licitações e contratos, proíbe a contratação de empresas cujos sócios têm parentesco com os governantes.
As primeiras irregularidades indicadas pela Procuradoria são a ausência de publicação do edital destinado às obras do aeroporto e de verbas orçamentárias previstas para a execução da obra no Ministério da Aeronáutica.
Segundo a ação, os recursos aplicados acabaram beneficiando a empresa Marmud Cameli, da qual era sócio o próprio governador.
Isso porque a empresa Etam não possui equipamentos para executar a construção de quase um quilômetro de asfalto.


Colaborou o enviado ao Acre



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