São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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PAINEL

Tempo ao tempo
Paulo Renato (Educação) embarca hoje para Nova York. Quando voltar, dentro de uma semana, pedirá demissão se a crise desencadeada por suas declarações sobre Ricardo Sérgio não tiver sido estancada.

Bilhete azul
No fim de semana, após a publicação das denúncias de suposta extorsão praticada por Ricardo Sérgio, FHC conversou por telefone com Paulo Renato. Deixou claro que não irá recusar um pedido de demissão do ministro da Educação.

Bronca do chefe
Paulo Renato contou a FHC na terça-feira passada que havia dado a entrevista à revista "Veja" sobre Ricardo Sérgio. O presidente repreendeu o ministro.

Longe do ninho
O caso Ricardo Sérgio dificulta a tentativa de FHC e de Nizan Guanaes de aproximar do governo a campanha de José Serra. O presidenciável prefere afastar-se cada vez mais das acusações que envolvem o governo federal e que podem desgastá-lo.

Ganhar por pontos
O PT não insistirá em uma CPI sobre Ricardo Sérgio. A estratégia é desgastar José Serra, mas não a ponto de inviabilizar sua candidatura, pois, para os petistas, um candidato novo, que unisse PMDB, PSDB e PFL, daria mais trabalho a Lula.

Interesse próprio
Eduardo Suplicy (PT-SP) e Heloísa Helena (PT-AL) vão pedir que a Comissão de Fiscalização e Controle do Congresso ouça Serra (PSDB) sobre as denúncias de "Veja". Mas acham que ele deveria tomar a iniciativa de ir logo à tribuna do Senado.

Pressão partidária
O PFL espalha que só não assinará uma CPI se houver possibilidade de Serra ser trocado por outro candidato que agrade ao partido, como Tasso Jereissati ou Aécio Neves. Tucanos acham que não passa de encenação.

Inimigos íntimos
O Planalto avalia que terá mais trabalho para abafar as investigações contra Ricardo Sérgio do que teve nos casos das teles e da compra de votos para a reeleição, quando PSDB, PMDB e PFL estavam unidos. Hoje, muitos aliados jogam lenha na fogueira para desestabilizar Serra.

Desafio na base
Lula vai intensificar a campanha em São Paulo no mês de maio. Pretende visitar cerca de 70 cidades do Estado. SP, na avaliação da cúpula do PT, tem sido o grande responsável pelas derrotas do presidenciável.

Cor-de-rosa
O eleitorado feminino também é uma preocupação do PT. No cenário mais provável pesquisado pelo Datafolha, Lula tem 39% entre os homens e 25% entre as mulheres. Cresce a possibilidade de o vice do presidenciável petista ser uma mulher.

Mais do mesmo
Paulo Maluf (PPB) já tem slogan para a campanha ao governo de São Paulo, sob responsabilidade do marqueteiro José Maria Braga: "Maluf resolve".

Almas gêmeas
João Henrique (Transportes) é chamado na Esplanada de clone de Marco Maciel (PFL). Assim como o vice-presidente, o ministro é magro, alto, meio careca e trabalha até a madrugada.

Balão reforçado
As próximas pesquisas do GPP e do Sensus incluirão Silvio Santos (SBT). Os institutos são controlados pelos pefelistas Cesar Maia (RJ) e Clésio Andrade (MG), respectivamente.

Outra pedra
A direção nacional do PPS tenta convencer Rubens Bueno, pré-candidato ao governo, a compor com o rival Álvaro Dias (PDT) para evitar mais uma crise na aliança trabalhista. Mas o deputado continua irredutível.

TIROTEIO

Do presidenciável Anthony Garotinho (PSB-RJ), sobre o governo federal não ter agido após Luiz Carlos Mendonça de Barros e Paulo Renato terem ouvido denúncia de cobrança de propina no leilão da Vale:
- O que me espanta no episódio é que nada foi feito após dois ministros de Estado terem tomado conhecimento de uma denúncia desse tamanho.

CONTRAPONTO

Conselho de amigo

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, foi convidado a depor na CPI dos Medicamentos em dezembro de 99, quando era ministro da Saúde.
Na véspera do depoimento, Serra ligou para o deputado Jutahy Júnior (BA), então vice-líder do PSDB na Câmara, e pediu que ele fosse acompanhar o depoimento e que levasse junto alguns deputados.
No dia da audiência, Jutahy chegou às 9h30, meia hora antes do depoimento, e ficou esperando Serra. O ministro chegou meia hora atrasado, prestou seu depoimento e foi embora sem nem cumprimentar Jutahy.
À noite, o deputado telefonou para Serra e reclamou da falta de atenção do tucano.
- Mas você ficou bravo, Jutahy? -perguntou o ministro.
- Eu não, mas só porque sou seu amigo. Se fosse um eleitor comum, pode ter certeza que você teria perdido um voto.



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