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São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2003

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PAINEL

Sem trancas
O Planalto evitará encaminhar medidas provisórias ao Congresso até a aprovação das reformas tributárias e da Previdência. O objetivo é impedir que a oposição use as votações das MPs para trancar a pauta do Congresso e engessar o governo.

Preocupação com a saúde
O Planalto não envia uma medida provisória ao Congresso desde 3 de abril. A última foi o polêmico texto que permitiu a publicidade de tabaco no GP Brasil. Desde o início da gestão Lula, foram editadas 16 MPs. Todas continuam na pauta.

Análise jurídica
O governo espera que as reformas fiquem de 20 dias a um mês na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. É um meio-termo entre o prazo de uma semana defendido pelo líder Aldo Rebelo (PC do B) e os 45 dias pedidos pelo deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

Meio a meio
Greenhalgh, presidente da CCJ, definiu com o Planalto e a cúpula do PT que o relator de uma das reformas será petista e o outro, de um partido aliado.

Interesse político
Jaques Wagner (Trabalho) disse na BA que é do interesse do governo a punição dos responsáveis pelos grampos. Resta saber se Lula vai fechar questão, a exemplo das reformas, e punir rebelde que votar contra a abertura de processo contra ACM.

Tucanagem
De Jutahy Junior (PSDB), sobre Siqueira Campos (PSDB), que votou pelo arquivamento do caso ACM: "Espero que reveja a posição. A decisão foi de um corporativismo indecente. Das queridas baianas do acarajé ao governador, todos sabem na Bahia quem ordenou o grampo."

Material de sobra
Foi aprovada na Câmara CPI que investigará a "caixa-preta" dos planos de saúde. Hoje, o setor é responsável pela maior parte das queixas nos Procons.

Plano de investimento
As principais reclamações de quem tem plano de saúde são a planilha de custos e os critérios para fixar o que são doenças pré-determinadas. Henrique Fontana (PT), que propôs a CPI, também quer investigar a margem de lucro das empresas.

Hora da merenda
O Tribunal de Justiça de São Paulo está dando sua contribuição à campanha de combate à fome: lançou concorrência pública para a compra de 211 lanches, "de boa qualidade nutricional", por dia aos juízes.

A Festa de Babete
Cardápio oferecido pelo TJ: três tipos de frutas, queijo prato e branco, pães (francês, caseiro e preto), torradas, biscoitos, frios sortidos, manteiga, geléia, sanduíche quente de queijo ou misto quente, café, leite, chá, sucos diversos (laranja, melão, maracujá etc.), refrigerantes e água mineral (com e sem gás).

Serviço de primeira
A empresa que vencer a licitação do "Fome Zero" dos juízes terá de mobiliar a sala do lanche com "mesas confeccionadas em madeira de boa qualidade, cadeiras estofadas, fogões, geladeiras, freezers etc." e disponibilizar a "mão-de-obra especializada (copeiros, garçons...)".

Carrossel petista
Dias atrás, o deputado Adão Pretto (PT-RS) cutucou o colega Babá (PA), na Câmara: "Vocês [da ala radical] foram tão para a esquerda que já deram meia-volta. Estão juntos com a direita e fazendo coisas que a direita gosta que vocês façam".

Visita à Folha
O ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, superintendente-geral do Inae (Instituto Nacional de Altos Estudos), visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Felipe Maia, sobre o governo ter proposto a taxação dos inativos mesmo sem consenso sobre o tema no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social:
- Não é sadio para a legitimidade do conselho, criado por vontade do próprio governo, a inclusão desse ponto na reforma da Previdência. Isso ainda precisa ser discutido melhor.

CONTRAPONTO

Jeitinho globalizado

A 1ª Secretaria da Câmara dos Deputados, órgão responsável pelas contratações e serviços burocráticos da Casa, é um tradicional local de peregrinação em busca de empregos.
Políticos e seus assessores vivem lá tentando uma vaga para seus afilhados.
Dias atrás, um argentino, representante de uma ONG, foi até a secretaria renovar sua credencial de acesso à Câmara.
Ao sair, encontrou-se com o primeiro-secretário, o deputado Geddel Vieira Lima.
O argentino se apresentou, falou sobre projetos de seu interesse e emendou:
- Aproveitando a oportunidade, o senhor não consegue um emprego para mim?
Irritado, Geddel desconversou. Em seguida, com ironia, desabafou com um assessor:
- Era o que faltava. Além dos problemas dos deputados, tenho de aguentar até argentinos!


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