DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REDAÇÃO
DA AGÊNCIA FOLHA

O PT nacional obteve dos diretórios estaduais do partido permissão para ocupar até 15 dos 20 minutos do tempo destinado aos programas regionais, veiculados ontem à noite em cadeias estaduais.
Dependendo do Estado, o diretório regional do PT cedeu cinco, dez ou 15 minutos para o diretório nacional. Por isso, o publicitário Duda Mendonça fez três versões do programa nacional, que foram distribuídas conforme o tempo cedido pelos diretórios regionais.
Em São Paulo, o presidente do PT, José Genoino, apareceu só no final do programa para dizer que está "otimista porque finalmente as reformas tributária e previdenciária estão no Congresso para ser aprovadas".
A prefeita paulistana, Marta Suplicy, ocupou quase todo o tempo para falar de sua gestão, se defender de críticas e explicar medidas polêmicas, como a criação da chamada taxa do lixo.
Virtual candidata à reeleição em 2004, a prefeita enfrenta um mau momento em sua popularidade. Em pesquisa do Datafolha publicada em abril, 45% dos paulistanos classificam sua gestão como ruim ou péssima, o pior índice desde o início de seu mandato.
No Ceará, os petistas utilizaram todo o programa para defender o programa Fome Zero, declarar apoio às reformas e exigir que a "caixa-preta" do Judiciário seja aberta -numa referência a um discurso recente de Lula.
Até mesmo a defesa das decisões da equipe econômica foi feita durante o programa. O maior tempo do programa foi dedicado à reforma da Previdência.
O relator da Comissão Especial da reforma na Câmara, deputado federal José Pimentel, que até a semana passada criticava a tributação de inativos, chegou a afirmar que, caso a reforma não seja aprovada, daqui a alguns anos os trabalhadores terão de revirar lixões públicos para procurar comida, porque não receberão aposentadoria.
O valor do contrato de Duda Mendonça, que se refere apenas ao PT nacional, ainda não foi definido porque está em negociação a confecção do programa nacional do partido.


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