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FOGO AMIGO
Paim diz que vota contra
Senador do PT ataca tributação de inativos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O primeiro vice-presidente do
Senado, Paulo Paim (PT-RS), disse ontem que, embora seja favorável à reforma da Previdência, votará contra a proposta entregue
pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva ao Congresso no último
dia 30, caso seja mantida a cobrança da contribuição dos inativos. "Em 17 anos de vida parlamentar, vai ser a primeira vez que
vou votar contra o PT, se a proposta não mudar", disse Paim.
Segundo ele, a idéia do governo
Lula de taxar os inativos causa
"constrangimento" entre os petistas, que rejeitaram a proposta
no governo Fernando Henrique
Cardoso várias vezes e conseguiram derrubá-la até no STF (Supremo Tribunal Federal). "Não
me peçam para votar a contribuição dos inativos como está", disse
Paim, em discurso no plenário.
O líder do PT, Tião Viana (AC),
reagiu a mais essa voz dissonante
na bancada. "Esse posicionamento do senador Paulo Paim causa
estranheza, porque ele não tem
frequentado as reuniões da bancada. Há alguns dias conversamos sobre o assunto e ele me garantiu que só tornaria essa posição pública depois que fizesse o
debate na bancada", disse Viana.
Comentando o fato de Paim estar criticando a reforma num momento de aparente trégua da senadora Heloísa Helena (PT-AL),
uma das radicais do partido, o líder atribuiu isso aos "holofotes" e
ao "jogo de vaidades". "Tem uma
lógica partidária [na defesa da
unidade do partido]. O PT passou
20 anos conquistando a estima da
sociedade. Se começarmos a desmoralizar um partido como esse,
estaremos a serviço de quê? Da
nossa vaidade?", perguntou.
O objetivo do pronunciamento
de Paim era homenagear a passagem do Dia do Trabalho. Mas ele
aproveitou também para criticar
a alta taxa dos juros, mantida pelo
governo. Os juros altos, segundo
ele, estão "paralisando a economia brasileira, estagnando a produção e levando a taxa de desemprego a atingir cifrar históricas".
O petista afirmou que amanhã
apresentará propostas de modificação do texto da reforma da Previdência, em debate com entidades representantes de servidores
públicos na Câmara, do qual participarão congressistas.
O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), parabenizou Paim pela
"coragem" de discordar de alguns
pontos da reforma da Previdência
e lamentou que integrantes do
Executivo estejam ameaçando
com punições os petistas que opinam contra o texto do governo.
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