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São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2003

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NO AR

República paradisíaca

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

No relato corriqueiro da Globo:
- O comércio amanheceu fechado por ordem dos traficantes. Em uma universidade que tem fundos para a favela, a estudante Luciana foi atingida no rosto quando fazia um lanche na cantina. Segundo a Polícia Militar, os traficantes teriam atacado a universidade deliberadamente.
Na "república ensolarada, paradisíaca" do Brasil, começava outra semana de choque de realidade.
Mais ao norte, o traficante Fernandinho Beira-Mar era acompanhado ao dentista por meia centena de agentes da Polícia Federal.
Horas depois, seguiu em sua peregrinação pelo país, segundo a Band, viajando de novo para Brasília.
Histórias do cotidiano da república do Brasil. Mas é outra a "república ensolarada, paradisíaca" que se apresentou ontem, na estréia da nova telenovela da Globo.
Nos telejornais da emissora, anunciou-se à exaustão um país "cheio de semelhanças com a vida real", como cenário da novela. Mas não era nem o Rio nem Alagoas.
Em "Kubanacan", entre atores seminus, a "vida real" é aquela de Cuba ou Venezuela. Nada de Brasil.
É uma comédia. Na tragédia brasileira, a jovem estudante Luciana "corre o risco de ficar tetraplégica". E a universidade promete que, da próxima vez, vai fechar.
 
A semana começou com novo petista, este nem tão "radical", em revolta contra a reforma da Previdência.
Paulo Paim não só declarou que não vota pela taxação dos inativos como disse que, se ocorrer, a aprovação será somente em 2003, no meio das eleições municipais.
Já o tucano Geraldo Alckmin deu longa entrevista, ontem à Globo, declarando ser "favorável à taxação dos inativos na proposta apresentada pelo presidente".
Como afirmou Cássio Cunha Lima, outro governador tucano, assim vai ficando difícil, com os oposicionistas sempre ao lado do governo -e os governistas contra.
Para os outros, é um jeito fácil de ser governo.
 
Marta Suplicy iniciou sua campanha à reeleição, melhor dizendo, sua prestação democrática de contas à população com um longo programa em rede paulista.
Como era de esperar de Duda Mendonça, não faltaram "grandes obras". Nem capacetes de engenheiro.


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