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BASE DIVIDIDA
58 deputados criticam nomeações do PMDB para gerências regionais
Petistas vêem "aparelhamento" no INSS
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Foi protocolado ontem no Ministério da Previdência e na Casa
Civil da Presidência um manifesto assinado por 58 deputados federais do PT cujo objetivo é tentar
barrar o que chamam de "aparelhamento político" das gerências
regionais do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que estaria sendo feito em prol do PMDB.
"Esses cargos possuem características técnicas e administrativas,
sendo que as substituições que
começam a ser esboçadas, e em
alguns lugares efetivadas, têm
nossa desaprovação", diz o texto,
que é subscrito não só pela ala esquerdista da legenda como por
integrantes do grupo afinado com
o Palácio do Planalto, como o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Maurício Rands (PE).
"Uma coisa são os postos de comando sediados em Brasília, outra, são os cargos regionais citados, que têm o amparo da grande
maioria dos funcionários e também das entidades da sociedade
em geral", conclui a nota. A bancada do PT conta com 90 deputados federais.
O PMDB entrou efetivamente
no governo em janeiro ao assumir
os ministérios da Previdência,
com Amir Lando, e das Comunicações, com Eunício Oliveira.
Apesar disso, o partido fez pressão nos meses seguintes para que
suas indicações para os escalões
inferiores do governo fossem
atendidas. Em reunião com os dirigentes do partido, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva assegurou aos peemedebistas o atendimento dos pleitos.
Na última quinta, foi nomeado
para a presidência do INSS (órgão
vinculado ao Ministério da Previdência) o ex-senador Carlos Bezerra, indicado pelo senador Renan Calheiros (AL), líder do
PMDB no Senado.
O ministro Amir Lando afirmou, por meio de sua assessoria
de imprensa, que qualquer mudança de nomes nos cargos regionais do INSS obedecerá aos critérios regimentais do órgão. Segundo a assessoria, a discussão poderá ser feita por Bezerra, mas a palavra final será do ministro.
"O PMDB tem todo o direito de
participar das decisões nacionais,
dentro dos ministérios, nos órgãos de decisão, mas, nos Estados,
os cargos são mais operacionais, a
troca é descabida", disse o deputado Durval Orlato (PT-SP), que
organizou a coleta das assinaturas
e citou São Bernardo do Campo
(SP) como exemplo de troca de
gerente para atender o PMDB.
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