São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004

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58 deputados criticam nomeações do PMDB para gerências regionais

Petistas vêem "aparelhamento" no INSS

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Foi protocolado ontem no Ministério da Previdência e na Casa Civil da Presidência um manifesto assinado por 58 deputados federais do PT cujo objetivo é tentar barrar o que chamam de "aparelhamento político" das gerências regionais do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que estaria sendo feito em prol do PMDB.
"Esses cargos possuem características técnicas e administrativas, sendo que as substituições que começam a ser esboçadas, e em alguns lugares efetivadas, têm nossa desaprovação", diz o texto, que é subscrito não só pela ala esquerdista da legenda como por integrantes do grupo afinado com o Palácio do Planalto, como o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Maurício Rands (PE).
"Uma coisa são os postos de comando sediados em Brasília, outra, são os cargos regionais citados, que têm o amparo da grande maioria dos funcionários e também das entidades da sociedade em geral", conclui a nota. A bancada do PT conta com 90 deputados federais.
O PMDB entrou efetivamente no governo em janeiro ao assumir os ministérios da Previdência, com Amir Lando, e das Comunicações, com Eunício Oliveira. Apesar disso, o partido fez pressão nos meses seguintes para que suas indicações para os escalões inferiores do governo fossem atendidas. Em reunião com os dirigentes do partido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou aos peemedebistas o atendimento dos pleitos.
Na última quinta, foi nomeado para a presidência do INSS (órgão vinculado ao Ministério da Previdência) o ex-senador Carlos Bezerra, indicado pelo senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado.
O ministro Amir Lando afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que qualquer mudança de nomes nos cargos regionais do INSS obedecerá aos critérios regimentais do órgão. Segundo a assessoria, a discussão poderá ser feita por Bezerra, mas a palavra final será do ministro.
"O PMDB tem todo o direito de participar das decisões nacionais, dentro dos ministérios, nos órgãos de decisão, mas, nos Estados, os cargos são mais operacionais, a troca é descabida", disse o deputado Durval Orlato (PT-SP), que organizou a coleta das assinaturas e citou São Bernardo do Campo (SP) como exemplo de troca de gerente para atender o PMDB.


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