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Procuradoria da República questiona autonomia do Estado para explorar jogo
DA ENVIADA A JOÃO PESSOA
O poder do Estado para autorizar o funcionamento do bicho
começa a ser questionado pela
Procuradoria da República. No
mês passado, o procurador federal Roberto Moreira de Almeida, a pedido da procuradora-geral de Justiça do Estado,
Janete Ismael, abriu processo
administrativo para investigar
se a lei que criou a Lotep lhe dá
poderes para autorizar a exploração do jogo do bicho, como
sustenta o Executivo, e se as licenças são válidas ou não.
Para Almeida, o Estado extrapolou na interpretação da
lei, que permitiria o funcionamento da Lotep, mas não o credenciamento de agentes para
exploração de jogos.
Se for confirmado seu entendimento inicial, ele disse que
pedirá ao procurador-geral da
República que entre com Ação
Direta de Inconstitucionalidade no STF contra a lei estadual
que, supostamente, respalda a
legalização do jogo na Paraíba.
O processo pode abrir caminho para a legalização do jogo
em outros Estados, ou empurrar os banqueiros do bicho da
Paraíba para a clandestinidade.
O presidente da Para Todos,
Geraldo Gomes de Lima, diz
que as bancas de bicho faturam,
em seu conjunto, cerca de R$
200 mil por mês, na capital, e
que a atividade está em declínio
por atrair apenas o público
mais velho. A informação parece subestimada. A Folha ouviu
vários apontadores de jogo na
capital, nas proximidades do
Palácio do Governo e da Assembléia, que disseram que a
média diária de apostas, por
ponto, é de R$ 200 a R$ 300.
Gomes de Lima disse não haver caixa dois nas bancas do jogo, e que os banqueiros declaram seus rendimentos ao Fisco. Porém, não há contabilização formal da receita do jogo,
por ser contravenção. O diretor-superintendente da Lotep,
Roberto Rabello, disse que o
Estado não fiscaliza a contabilidade do jogo, só o pagamento
dos prêmios aos apostadores.
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