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POLÊMICA
Failde Mendonça diz que o legista alagoano mentiu em novo laudo sobre a morte de PC e Suzana Marcolino
Promotora acusa Sanguinetti de `farsa'
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
A promotora
Failde Mendonça, responsável
pelo caso da
morte de Paulo
César Farias e da
namorada dele
Suzana Marcolino criticou ontem o legista alagoano George Sanguinetti.
Segundo a promotora, o laudo
do legista, que contesta o oficial,
``é uma farsa''.
Failde Mendonça requereu ao
juiz da 8¦ Vara Criminal de Maceió, Alberto Jorge Correa de Lima, a designação de um outro legista para atuar no caso.
``O professor Sanguinetti vai
responder penal e eticamente por
ter usado absoluta má-fé, com a
Justiça alagoana, com o objetivo
de se promover e vender o livro
que lançou sobre o caso,'', afirmou
a promotora.
Ela afirmou que o laudo preparado por Sanguinetti revela que ele é
``mentiroso e espertalhão''.
Ela apontou como prova de que
Sanguinetti teria mentido o fato de
ele ter insinuado que Suzana Marcolino teria sido estrangulada antes de morrer, ``sem ter prova material para tanto'', segundo ela.
``O Sanguinetti teve acesso a todo o processo e mesmo assim inventou para a opinião pública que
Suzana tinha hematomas no corpo
e mentiu ao afirmar que havia
manchas no osso hióide (situado
na parte anterior do pescoço, acima da laringe), dando a entender
que ela teria sido estrangulada antes de levar o tiro'', afirmou.
A promotora disse que percebeu
as contradições de Sanguinetti depois de ter analisado todas as fotos
e filmes feitos na necropsia e na
exumação dos corpos do ex-tesoureiro de campanha de Fernando
Collor e de Suzana Marcolino.
O fato de a promotora não ter
aceito o laudo de Sanguinetti, que
fora convocado por ela mesmo para dar sua versão sobre a morte,
não encerra o caso.
O juiz já havia antecipado que
nomearia novo perito para o caso,
desde de que a promotoria requisitasse. Hoje o juiz deve se manifestar oficialmente sobre o assunto.
A promotora disse que o laudo
de Sanguinetti não resolveu as
``dúvidas'' sobre o caso.
O inquérito, feito pelo delegado
Cícero Torres, concluiu que Suzana matou PC e depois se suicidou
por questões passionais.
As peças técnicas, como perícia
de local de crime e necropsia, foram assinadas por peritos alagoanos e pela equipe do legista Fortunato Badan Palhares, da Universidade Estadual de Campinas.
``Não se trata de não acreditar
no trabalho da Unicamp e da polícia de Alagoas. O caso é muito conturbado. Por isso, preciso de uma
segunda perícia séria para concluir
meu trabalho'', afirmou a promotora.
Resposta
``Ela é a promotora. Não posso
comentar nada quanto ao juízo
que ela fez do meu trabalho'', afirmou Sanguinetti, ao saber da decisão da promotora.
Sobre as declarações da promotora afirmando que seu laudo é
uma ``farsa'', Sanguinetti também
não quis polemizar. Ele disse estar
``com a consciência tranquila''.
O legista afirmou que vai doar
para o IML de Alagoas todo dinheiro que receber de direitos autorais da venda de seu livro ``O Caso PC Farias: Relatório Sanguinetti''.
``Isso é para mostrar que não fiz
nada por dinheiro ou coisa parecida'', disse.
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