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PT defende prazo maior; Ciro critica "calote"
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
DA ENVIADA ESPECIAL A MANGARATIBA (RJ)
O presidenciável Ciro Gomes
(PPS) disse ontem que o discurso
do pré-candidato governista, José
Serra (PSDB), é "um ato de desonestidade intelectual".
Ciro diz que o mesmo governo
que criou a Lei de Responsabilidade Fiscal está praticando "a
maior irresponsabilidade fiscal da
história do país", referindo-se à
dívida interna de R$ 630 bilhões.
Ciro afirmou que Serra participou do processo de desvalorização cambial em 1999, medida que
teria contribuído para o aumento
da dívida interna. ""Serra era ministro do Planejamento quando
se manipulou o câmbio para fins
da reeleição. Ele era líder da Comissão Monetária Nacional,
membro da equipe econômica e
beneficiário disso tudo."
Para o pré-candidato, existe no
Brasil ""um quadro de irresponsabilidade que a propaganda oficial
tenta amenizar".
O pré-candidato, que é contra o
calote da dívida e o rompimento
de contratos, disse que a solução é
conseguir credibilidade com os
credores por meio de atos como
as reformas tributária e previdenciária e a superação do déficit externo, e assim negociar prazos
mais longos para o pagamento.
O principal assessor econômico
de Luiz Inácio Lula da Silva, Guido Mantega, disse ontem que o
alongamento do perfil da dívida
interna brasileira será "um caminho a ser perseguido" em um
eventual governo do PT.
"Trocar os títulos por papéis de
prazo maior, com retorno maior,
é o caminho natural", declarou
Mantega, professor da Fundação
Getúlio Vargas. "Facilita a administração. Significa que menos título estarão vencendo a cada ano.
É um objetivo de todo governo e a
atual gestão deveria persegui-lo."
É um objetivo de todo governo e
a atual gestão deveria persegui-lo." Ele declarou que para facilitar
a troca dos papéis é necessário haver a queda na taxa de juros.
"Com a atual taxa já nas alturas,
fica muito difícil oferecer um ganho sobre ela aos investidores."
O economista Mário Tinoco, 54,
um dos assessores do programa
econômico do presidenciável do
PSB, Anthony Garotinho, disse
ontem que a renegociação da dívida interna é fundamental para
retomada do crescimento.
Segundo ele, a renegociação não
pode ser feita imediatamente, sob
pena de gerar uma crise cambial.
Tinoco, que foi subsecretário de
Fazenda no governo Garotinho,
diz ser necessário primeiro quebrar "a atual fragilidade" da economia brasileira, provocada pela
manutenção da alta taxa de juros,
por meio de uma política econômica que estimule o setor exportador e o de substituição de importações e que redirecione o crédito público para a produção.
"Não se pode manter durante
anos seguidos um superávit primário para ficar pagando juros da
dívida", afirmou.
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