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INTEGRAÇÃO SOCIAL
Presidente empossa Barbosa da Silva
Governo FHC já reprovou novo ministro da Integração Nacional
XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo ministro da Integração
Nacional, José Luciano Barbosa
da Silva, 43, empossado ontem no
cargo pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso, foi obrigado
em 1997 a deixar a equipe do então governador alagoano Divaldo
Suruagy (PMDB) por recomendação do governo federal, responsável por uma "intervenção
branca" no Estado.
Naquele ano, então secretário
dos Transportes e coordenador
do PDV (Programa de Demissões
Voluntárias) da administração
estadual, Barbosa da Silva renunciou para evitar a demissão preparada pelo coronel da reserva do
Exército Roberto Longo, nomeado interventor informal da União
na área econômica do Estado.
O motivo da intervenção foi o
caos administrativo vivido pelo
Estado. A crise financeira deixou
os 55 mil servidores com salários
atrasados por sete meses, as escolas e hospitais fechadas e os serviços públicos paralisados por uma
série de greves em Maceió.
Depois de Suruagy, que renunciou ao cargo no final de 1997,
Barbosa da Silva era o principal
alvo de acusações dos adversários. O TCE (Tribunal de Contas
do Estado) avaliou que houve falhas no programa de demissões.
Pelo menos 1.500 funcionários
públicos que haviam aderido ao
chamado PDV não receberam o
que tinham direito. Resultado: tiveram de ser reintegrados à folha
de pagamento do Estado, considerado falido àquela altura.
Ex-militante do PC do B em
Alagoas, Barbosa da Silva é considerado homem de confiança do
senador Renan Calheiros
(PMDB), de quem foi auxiliar no
Ministério da Justiça e a quem deve a indicação para a ministério.
Com a nomeação, Calheiros
tenta atrair o eleitorado de Arapiraca, segunda maior cidade de
Alagoas depois de Maceió. Casado com a prefeita do município,
Célia Rocha (PSDB), o novo ministro exercia a função de secretário das Finanças. É engenheiro,
mas especializou-se em finanças
públicas. Fez curso de planejamento financeiro no FMI, em
Washington, e estudou Economia Política na Universidade de
Columbia (EUA). A Folha não
conseguiu falar ontem com o novo ministro sobre a sua participação no governo Suruagy.
A posse ontem em Brasília foi típica de fim de governo. Menos de
30 pessoas foram à cerimônia na
sala de audiências de FHC no Planalto. Ao mencionar que Barbosa
fez curso de aperfeiçoamento no
FMI, FHC recomendou: "Não vá
aplicar as regras [do FMI" aqui".
"Pelo menos aplicá-las com uma
certa compreensão do processo
geral, como nós fazemos."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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