São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Alstom lá

A Alstom, cujos contratos com o Metrô de São Paulo estão sob investigação, recebeu do governo federal, de 2004 para cá, R$ 60,2 milhões somente na rubrica "aplicações diretas", segundo dados publicados pela CGU. As cifras são parcelas pagas de contratos relativos a programas dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional. Referem-se, especialmente, à compra de trens e equipamentos para o metrô de Recife e à obra de transposição do São Francisco. Os dois projetos constam da cartilha do PAC.
A Alstom também fornece equipamentos para as usinas de Itaipu, Tucuruí e Igarapava, além de integrar uma série de consórcios país afora.



Visita 1. Emílio Odebrecht esteve ontem com Lula, no Palácio do Planalto, para dizer que espera que sua empresa não seja retaliada pela decisão de ir à Justiça contra o resultado do leilão da hidrelétrica de Jirau, vencido pelo consórcio Suez/Camargo Corrêa.

Visita 2. Logo após o leilão, em maio, o governo sinalizou que não queria saber de ações judiciais e de conseqüente atraso da obra no rio Madeira. Mas o dono da Odebrecht saiu tranqüilo ontem do palácio.

Notória. Quem já ocupou cargos no setor aéreo do governo Lula reconheceu imediatamente a descrição feita por Denise Abreu de Valeska, filha do primeiro-compadre Roberto Teixeira. "Era um tal de "padrinho" pra cá e "madrinha" pra lá...", lembra um ex-executivo sobre o vocabulário empregado pela moça para promover seus interesses na Anac e na Infraero.

Redução de danos. Partiu do ministro José Múcio e do líder no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a costura para que o governo se antecipasse à oposição nos convites para os depoimentos sobre o caso Varig. O objetivo principal é manter Dilma Rousseff (Casa Civil) fora da lista.

Mão amarrada. De início, a líder do PT, Ideli Salvatti (SC) preferia tratorar todos os requerimentos, em especial o de Roberto Teixeira. Mas Jucá a convenceu e, de posse de sua assinatura, correu para coletar as demais.

Arquivo. Os governistas pretendem confrontar Denise Abreu, no depoimento, com declarações da ex-diretora registradas nas atas das reuniões da Anac. Alegam que muitas são contraditórias com as acusações que ela agora faz a Dilma Rousseff.

Curto. Dias antes de deixar a Previdência para disputar a Prefeitura de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho passou no Planalto para falar da sucessão na pasta. Lula mandou dizer a Marinho que cuidasse da campanha e que ele, Lula, cuidaria do ministério.

Em disputa. O rompimento com o PT pode não ser a última reviravolta eleitoral a atingir o PMDB no Rio. Uma ala de deputados liderada por Eduardo Cunha não aceita a indicação de Eduardo Paes como candidato do partido e vai aproveitar reunião do diretório estadual, nesta segunda-feira, para ressuscitar a tese da aliança com o DEM do prefeito Cesar Maia e da candidata Solange Amaral.

O Sombra. Tião Farias, reserva alckmista entre os vereadores do PSDB, manda recado ao também tucano Ricardo Montoro, que deixou o secretariado paulistano para fazer campanha pela aliança com Gilberto Kassab (DEM). Em cada diretório a que Montoro for, Farias irá atrás para fazer o discurso contrário. Começa dia 10, no Butantã.

Torneira. Enquanto articulava a votação da CSS na Câmara, o governo destinou em maio R$ 10,4 milhões em emendas individuais -25% do total de restos a pagar desembolsado-, para congressistas que integram a frente parlamentar da saúde.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

A declaração de Walter Feldman reduz sua trajetória política à de um personagem de história infantil.

Do deputado JÚLIO SEMEGHINI sobre o colega tucano, que havia qualificado o presidente do PSDB paulistano, José Henrique Reis Lobo, como "mais ingênuo do que Chapeuzinho Vermelho", por recomendar a retirada de assinaturas de documento pró-aliança com Gilberto Kassab.

Contraponto

Rogai por nós

Dilma Rousseff fazia anteontem mais um balanço do PAC, com direito ao que já se transformou na maior penitência para os integrantes do governo Lula: uma interminável exibição de gráficos em PowerPoint sobre o andamento das obras. A ministra da Casa Civil tinha a seu lado o colega do Planejamento, Paulo Bernardo.
Ao anunciar R$ 110 milhões para saneamento e habitação em Natal (RN), ela própria fez a piada:
-Esta obra aqui fica em Nossa Senhora da Apresentação. É a nossa padroeira, né, Paulo?
Mais que depressa, o ministro assentiu com a cabeça, e toda a platéia caiu na risada.


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