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"Multa" menor a faltosos é justa, diz Chinaglia
Câmara pretende reduzir o valor descontado do deputado que não participar de sessões deliberativas
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara dos
Deputados, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), defendeu ontem a
mudança nos critérios de desconto salarial para parlamentares que faltarem a sessões deliberativas, dizendo que é uma
questão de justiça.
A Câmara pretende alterar o
regimento interno para que o
desconto por faltas seja reduzido em até dois terços, conforme
revelou ontem a Folha.
"O deputado trabalha em
plenário e nos Estados, ou seja,
trabalha a semana toda. Acho
justo que o deputado não seja
penalizado além do desconto
de um dia", afirmou Chinaglia.
Hoje, o deputado que falta a
uma sessão deliberativa (nas
quais geralmente há votação de
matérias) tem o salário descontado com base no número de
sessões deliberativas realizadas ao longo do mês.
Assim, se houver dez sessões
num mês, cada falta representará um desconto de 10% na
parte do salário relacionada à
presença em plenário, que é de
R$ 10.320,06.
A idéia é reduzir esse desconto para o equivalente a um dia
de trabalho, ou 1/30 do valor do
salário, conforme previsto pela
CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho) para as demais categorias profissionais.
A Câmara normalmente realiza sessões deliberativas às
terças, quartas e quintas-feiras.
Segundas e sextas-feiras são
reservadas para viagens dos deputados a suas bases -nesses
dias, as faltas são toleradas.
"O trabalho de representação política não se esgota em
plenário. Desafio vocês a escolher 10, 20 deputados e botar
um jornalista no pé de cada um
para acompanhar o ritmo de
trabalho", afirmou o presidente da Câmara.
Chinaglia declarou que não
existe ainda uma proposta fechada para mudar o regimento.
"A decisão precisa ser das Mesas da Câmara e do Senado. Vai
haver uma tratativa nossa junto à Mesa do Senado para avaliar conjuntamente, no segundo semestre", disse.
O presidente afirmou ainda
que as reclamações dos deputados sobre os pesados descontos têm crescido porque a Câmara tem sido mais rigorosa ao
abonar faltas. "Há um trabalho
que a Mesa Diretora vem fazendo, em que há um rigor bastante grande naquilo que se
considera falta", afirmou.
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