São Paulo, segunda-feira, 06 de agosto de 2001

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EXÉRCITO

Oposição quer documentos e explicação oficial

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A oposição quer esclarecimentos do governo, em especial do Ministério da Defesa, sobre os documentos confidencias do Exército que a Folha vem publicando desde quinta-feira. Os documentos tratam de espionagem, classificam os movimentos sociais como forças adversas e comparam o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ao narcotráfico e ao crime organizado.
O líder do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro (BA), vai protocolar amanhã na Mesa da Câmara um requerimento de informações pedindo que o Ministério da Defesa revele os documentos secretos.
Pinheiro disse ser lamentável que um governo que diz defender a democracia ainda tenha nas Forças Armadas grupos com atitude semelhante à da época do regime militar. "Um dos documentos fala na possibilidade de arranhar direitos. Nós precisamos saber o que é isso", disse Pinheiro.
O presidente interino do PT, José Genoino (SP), disse que "as Forças Armadas não podem perder tempo bisbilhotando pessoas ou grupos por motivação ideológica". Para ele, é preciso que haja um controle dos órgãos de inteligência feito pelo Congresso e que se aprove um projeto estipulando prazos para tornar públicos documentos de espionagem.
Para Miro Teixeira, líder do PDT na Câmara, a atitude do Exército, se comprovada, é um crime de ação pública e o melhor caminho é que a investigação seja conduzida pelo Ministério Público Federal, que deve instaurar o inquérito. Teixeira defende a discussão, no âmbito constitucional, da redefinição do papel da Forças Armadas. Segundo ele, "os militares não devem se envolver com atividades de inteligência".



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