São Paulo, terça-feira, 06 de agosto de 2002

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MULTIMÍDIA

La Nación - de Buenos Aires

'Brasil corre risco similar ao da Argentina'

ARGENTINA - O metalúrgico, com o passar dos anos e das derrotas, se tornou um social-democrata sereno e afeito ao diálogo.
Mas Luiz Inácio Lula da Silva ainda carrega alguns estigmas. A falta de uma educação formal em seu currículo faz com que muitos se questionem sobre a sua capacidade para uma compreensão mais ampla do mundo.
A três meses das eleições presidenciais, Lula concedeu a entrevista abaixo. Ele usará sua combatividade para alterar o modelo econômico que rege o país. Para fazer essa mudança, segundo o candidato, o Brasil deve atravessar uma transição que o resgate da atual vulnerabilidade externa. Tudo isso, afirma, respeitando as dívidas, os contratos e os compromissos assumidos pelo atual governo.

Pergunta - O sr. acha que existe similaridade entre as causas das crises brasileira e argentina?
Luiz Inácio Lula da Silva -
A crise dos dois é bastante parecida. É o resultado de políticas econômicas neoliberais, elogiadas pelas elites conservadoras de todo o mundo: abertura indiscriminada do mercado interno, venda do patrimônio nacional, endividamento externo e subordinação a organismos multinacionais de crédito.

Pergunta - Por quê o PT propôs recentemente que o Brasil deveria ajudar a Argentina?
Lula -
Porque estamos em um mesmo barco e o governo brasileiro deveria tomar medidas concretas em relação à Argentina.

Pergunta - Se os problemas são comuns a ambos os países, qual seria o modelo para sair da crise?
Lula -
Tanto Brasil como Argentina necessitam de um novo contrato social capaz de assegurar crescimento econômico com estabilidade. Precisam de uma política industrial que lhes devolva a capacidade de produzir.

Pergunta - Qual é a sua opinião sobre o candidato Ciro Gomes?
Lula -
Eu não preciso dizer que sou oposição. Todo o mundo conhece a minha trajetória. Mesmo quem não gosta do PT sabe que fomos nós que nos opusemos ao atual governo. Sobre Ciro, posso dizer uma coisa: não quero polemizar com ele.


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