São Paulo, terça-feira, 06 de agosto de 2002

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NO AR

Vox Ciro

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Ninguém trabalhou mais para o debate do que Marcos Coimbra, filho do ex-ministro collorido de mesmo nome e diretor do Vox Populi, que trabalha para Ciro.
Ele abriu a semana passada convencendo, com pesquisas qualitativas, José Carlos Martinez a renunciar à chefia da campanha. E Martinez não foi nem citado no debate.
Depois, Coimbra fechou uma pesquisa no dia -quinta- em que o Jornal Nacional, à noite, mais expôs a relação do ex-chefe de campanha com o esquema PC. As denúncias não tinham como alterar o levantamento. Na pesquisa, destacada no JN de sábado, Ciro surgiu em "empate técnico" com Lula.
No domingo, dia do debate, Coimbra deu entrevistas sem fim como "analista", uma delas à própria Band, dizendo entre coisas que o horário eleitoral -em que José Serra terá mais exposição do que Ciro- não deve mudar nada.
Para fechar uma semana tão exaustiva, Coimbra espalhou que uma pesquisa qualitativa de seu Vox Populi apontou que o debate não deve mudar quase nada a intenção de voto.
 
Serra, ao que tudo indica, não está tão longe de Ciro quanto anunciava, antes do debate, o Vox Populi de Ciro.
Não importa, sua tensão no programa, resultante do quadro supostamente de desespero de causa, veio se somar a todos os problemas da candidatura -e gerar um temor de debandada para o adversário.
Fernando Collor anunciou, à afiliada do SBT em Alagoas, que apóia Ciro. Mas Collor já não era de Serra.
Não é o caso de Aécio Neves, que saiu avisando, à retransmissora da Globo em Minas, que "qualquer que seja o presidente" ele terá que dialogar com o governador mineiro. Vale dizer, terá que dialogar sobre a dívida de Minas.
Se o tucano Aécio faz ameaças e posa ao lado do vice de Ciro, Tasso Jereissati posa ao lado do próprio. Em entrevista no Ceará, afirmou não ter compromisso com Serra e que não vai fazer a sua campanha. A desculpa é que o presidenciável fechou com o candidato peemedebista ao governo e não com os tucanos cearenses, tão leais.
Mas a resistência de Aécio e Tasso já é conhecida. Novidade mesmo surgiu num jornal de Pernambuco, que acenou com outra possível dissidência no campo governista.
Jarbas Vasconcelos, do PMDB, teria aceito, em suas palavras, "analisar a possibilidade de participar de um evento da campanha com Ciro" a convite de Roberto Freire.



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