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NO AR
Vox Ciro
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Ninguém trabalhou mais
para o debate do que Marcos Coimbra, filho do ex-ministro collorido de mesmo nome e
diretor do Vox Populi, que trabalha para Ciro.
Ele abriu a semana passada
convencendo, com pesquisas
qualitativas, José Carlos Martinez a renunciar à chefia da
campanha. E Martinez não foi
nem citado no debate.
Depois, Coimbra fechou uma
pesquisa no dia -quinta- em
que o Jornal Nacional, à noite,
mais expôs a relação do ex-chefe
de campanha com o esquema
PC. As denúncias não tinham
como alterar o levantamento.
Na pesquisa, destacada no JN de
sábado, Ciro surgiu em "empate
técnico" com Lula.
No domingo, dia do debate,
Coimbra deu entrevistas sem
fim como "analista", uma delas
à própria Band, dizendo entre
coisas que o horário eleitoral
-em que José Serra terá mais
exposição do que Ciro- não
deve mudar nada.
Para fechar uma semana tão
exaustiva, Coimbra espalhou
que uma pesquisa qualitativa
de seu Vox Populi apontou que
o debate não deve mudar quase
nada a intenção de voto.
Serra, ao que tudo indica, não
está tão longe de Ciro quanto
anunciava, antes do debate, o
Vox Populi de Ciro.
Não importa, sua tensão no
programa, resultante do quadro
supostamente de desespero de
causa, veio se somar a todos os
problemas da candidatura -e
gerar um temor de debandada
para o adversário.
Fernando Collor anunciou, à
afiliada do SBT em Alagoas, que
apóia Ciro. Mas Collor já não
era de Serra.
Não é o caso de Aécio Neves,
que saiu avisando, à retransmissora da Globo em Minas,
que "qualquer que seja o presidente" ele terá que dialogar com
o governador mineiro. Vale dizer, terá que dialogar sobre a dívida de Minas.
Se o tucano Aécio faz ameaças
e posa ao lado do vice de Ciro,
Tasso Jereissati posa ao lado do
próprio. Em entrevista no Ceará, afirmou não ter compromisso com Serra e que não vai fazer
a sua campanha. A desculpa é
que o presidenciável fechou com
o candidato peemedebista ao
governo e não com os tucanos
cearenses, tão leais.
Mas a resistência de Aécio e
Tasso já é conhecida. Novidade
mesmo surgiu num jornal de
Pernambuco, que acenou com
outra possível dissidência no
campo governista.
Jarbas Vasconcelos, do PMDB,
teria aceito, em suas palavras,
"analisar a possibilidade de
participar de um evento da
campanha com Ciro" a convite
de Roberto Freire.
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