São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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PAINEL

Sem escala
Originalmente, José Dirceu era esperado pelos petistas em São Paulo para assistir in loco ao debate. Com o novo chumbo sobre Henrique Meirelles, o ministro seguiu direto para Belo Horizonte, onde Lula estará hoje.

Menos pior
O Planalto desistiu de combater o convite para que os presidentes do BC e do BB se expliquem na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado ao se dar conta de que ela é mais dócil ao governo do que a CAE.

Amiguinhos
No PT, além de Delúbio Soares, contribuem para a sobrevida de Henrique Pizzolato na diretoria de marketing do BB padrinhos como o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, e o presidente da Previ, Sérgio Rosa.

Amigão
Ao contrário de Pizzolato, Ivan Guimarães, outro posto avançado do PT na cúpula do Banco do Brasil, tem poucos simpatizantes no partido. Mas se segura como pode com o antigo chefe Delúbio Soares.

Tocando bola
No BB há 30 anos, o bombardeado Pizzolato procura demonstrar tranqüilidade: "Já fiz de tudo no banco. Vim para a diretoria de marketing contar tempo para a aposentadoria".

Todas as horas
Não há petista amigo do governo como o presidente do PTB, Roberto Jefferson. Aliado em palanques país afora, ele agora sai em socorro do ferido Henrique Meirelles, que falará à bancada e à executiva nacional petebista em 25 de agosto. Basta que até lá continue no cargo.

O alvo
Guido Mantega receberá tratamento privilegiado na manifestação das mulheres dos militares no dia 12. Não o perdoam por ter sugerido que, se todas elas trabalhassem, estaria resolvido o problema salarial da categoria.

Primeiro da fila
A adesão oficial de parte do PPS a Marta Suplicy amanhã promete fazer escola. Em seguida, marcharão para os braços da petista dissidentes do PMDB e do PSB, partidos que formam a coligação de Luiza Erundina.

João-sem-braço
De seu lado, os tucanos esperam repor a perda de parte do PPS atraindo a fatia do PTB descontente com o apoio a Marta, imposto pela direção nacional. Mas Campos Machado, líder petebista próximo a Geraldo Alckmin, até agora não se mexeu.

Nada a ver 1
Candidato a vereador paulistano pelo PT, Roberto Casseb viu-se obrigado a lançar um slogan para frisar a ausência de parentesco com personagens do noticiário associados a suspeitas de irregularidades: "Nem Cássio Casseb, nem Gilberto Kassab".

Nada a ver 2
A lista de candidatos petistas a vereador na capital traz ainda um sobrenome que causa arrepios no governo federal. Mas a líder sem-teto Verônica Kroll nada tem a ver com a empresa que espionou Luiz Gushiken.

Vi primeiro
Marina Silva foi disputada como troféu, anteontem, pelos candidatos Luizianne Lins (PT) e Inácio Arruda (PC do B) em Fortaleza. A ministra aportou na cidade para declarar apoio à petista, mas já no aeroporto os dois candidatos se acotovelavam para recepcioná-la primeiro.

Vale tudo
Eternamente em guerra contra a prefeitura pefelista de Curitiba, Roberto Requião (PMDB) promoveu o rompimento entre o Detran-PR e a empresa municipal de trânsito. O governador ameaça licenciar carros sem o pagamento das multas devidas.

TIROTEIO

Do deputado tucano Alberto Goldman, sobre Delúbio Soares, tesoureiro do PT, ter dito que "pode ter havido erro" na compra, pelo Banco do Brasil, de ingressos do show arrecadador de recursos para o partido:
-Ele começou dizendo que não houve problema nenhum. Agora, diz que talvez tenha havido. Se a investigação for a fundo, acabará tendo de admitir que a conduta do banco e do partido no caso é indefensável.

CONTRAPONTO

Bondade de resultados

O deputado petista Chico Alencar (RJ) apresentou anteontem na Câmara um projeto de lei para proibir que detentores de mandatos eletivos possam batizar com seus nomes instituições de benemerência.
A justificativa do parlamentar é que candidatos estão utilizando a prática para promover um "assistencialismo eleitoreiro".
Minutos antes de protocolar seu texto, o petista resolveu desabafar com um colega:
-Vi coisas absurdas como "mudança total é com o deputado tal"; "na vida e na morte, fulana é a sua sorte". Uma pena, é a volta do velho clientelismo.
Convencido de que o colega partilharia de sua indignação, Alencar tomou um susto e tanto ao ouvir a resposta:
-Em parte você está certo. Nós devemos fazer o bem sem olhar a quem. Mas o beneficiado deve nos olhar, sim. Se não, como poderá retribuir depois?


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