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CONSELHO DE PRESIDENTE
Afirmação, no Rio, repete campanha do governo na mídia
Desemprego é desgraça, mas brasileiro não desiste, diz Lula
GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse ontem, no Rio, que o
desemprego é uma "desgraça",
mas que o brasileiro não pode se
deixar abater. "Temos que olhar
para a frente e dizer: sou brasileiro
e brasileira, não desisto nunca e
tenho certeza de que vou conquistar as coisas em que acredito."
Há uma campanha publicitária
do governo em veiculação que
conclama o brasileiro justamente
a ser perseverante. Lula lembrou
que já ficou desempregado por
mais de um ano. "Sei que é duro
ficar desempregado, mas a gente
não pode permitir que nenhuma
desgraça abata nosso moral."
O presidente passou a manhã
na Fiocruz (Fundação Oswaldo
Cruz), em comemoração do Dia
da Saúde. Ao receber documento
com reivindicações de sindicalistas da associação dos servidores
da instituição, pediu paciência.
"Um grande problema que enfrentamos é que quase tudo ligado ao funcionalismo público está
atrasado dez, 15, 18, 19 anos. As
pessoas não podem esquecer que
temos apenas 18 meses de governo, não temos 18 anos." Entre as
reivindicações está a criação de
nova gratificação para a categoria.
No período em que ficou na instituição, Lula foi bem recebido pelos funcionários. Ao inaugurar a
nova sede da Escola Politécnica de
Saúde Joaquim Venâncio, foi
aplaudido diversas vezes. "Ele é
uma gracinha, uma fofura", dizia
a pesquisadora Nair Navarro, 62.
Em vez do já costumeiro boné,
Lula vestiu o jaleco da escola.
Além de descerrar a placa de
inauguração, ele e os ministros
presentes deixaram as assinaturas
numa das paredes do prédio, que,
segundo o presidente, já foi apelidado de "Beterrabão" ou "Berinjelão", por causa da cor puxada
para o vinho. Em poucos minutos, alunos se acotovelavam em
frente à assinatura de Lula para tirar fotos. Acompanharam o presidente na visita os ministros
Humberto Costa (Saúde), Tarso
Genro (Educação) e Eduardo
Campos (Ciência e Tecnologia).
Lula recebeu o título de doutor
honoris causa da Fiocruz e o levantou como se fosse um troféu.
Em seguida, confundiu a razão do
título -uma honraria, não uma
especialização, como especulou.
"Podem ficar certo de que não
vou clinicar com esse diploma,
porque, se fosse doutor honoris
causa em ciência política, até poderia fazer política. Mas, em se
tratando de saúde, vou respeitar
os profissionais do nosso país."
Fábrica comprada
O presidente também assinou o
termo que dá posse à Fiocruz da
fábrica de medicamentos da Glaxo, comprada por R$ 18 milhões.
Segundo o Ministério da Saúde, a
instalação, em Jacarepaguá (zona
oeste do Rio), permitirá a produção, em 2007, de 10 bilhões de unidades farmacêuticas, como pílulas ou ampolas. No ano passado, a
Fiocruz fez 1,7 bilhão de unidades.
A fundação abastece o SUS (Sistema Único de Saúde) e as farmácias populares. Produz 60 tipos de
medicamento, como sete dos 16
anti-retrovirais que compõem o
coquetel da Aids. Com a fábrica,
produzirá cerca de cem até 2007.
A expectativa é que, no próximo
ano, inicie a fabricação de antibióticos, como a amoxilina, comprados hoje de empresas privadas.
Em seu discurso, Lula afirmou
que desde criança ouvia dos pais a
seguinte frase: "Se tiver saúde, o
resto a gente faz". Segundo ele, essa é a "máxima" que marca a sua
visão de governo sobre saúde.
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