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Economia explica popularidade, diz Lula sobre pesquisa
Aprovação do
presidente
permanece em
48%, segundo
Datafolha, apesar
de caos aéreo e
acidente da TAM
Em encontro do PSDB, Serra
diz não ter visto pesquisa;
deputados tucanos criticam
governo e afirmam que o
"teflon começa a trincar"
LETÍCIA SANDER
ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO
Ao chegar na noite de ontem
à Cidade do México, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
disse que não se preocupa com
pesquisas. Foi uma resposta ao
resultado do Datafolha de ontem, que mostra a popularidade do presidente inabalada,
apesar do caos aéreo que se
prolonga há 10 meses e do acidente com o avião da TAM.
"Vocês me conhecem há
muitos anos e sabem que a mim
não me preocupam pesquisas",
afirmou. O presidente creditou
o bom desempenho aos "números mais que satisfatórios" da
economia brasileira.
Lula disse que "as coisas no
Brasil estão indo, os números
da economia estão mais do que
satisfatórios", e que o Brasil entrou "definitivamente no caminho do crescimento econômico
e do desenvolvimento". Acrescentou: "O povo tem percebido
isso, porque isso termina resultando em conquistas diretas da
sociedade".
Nos bastidores, o presidente
comemorou o resultado da pesquisa, segundo o blog de Josias
de Souza. "De notícia boa eu
nunca canso", disse Lula, segundo o blog, numa alusão ao
movimento "Cansei".
A oposição também comentou a pesquisa, que revelou que
48% acham o governo ótimo ou
bom, mesmo índice de março.
"A parcela que tem nível de informação adequado é pequena.
Isso beneficia um governo demagógico, que tem o ministério
da propaganda martelando na
cabeça das pessoas. O Lula não
é o pai dos pobres, é o pai dos
desinformados", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio.
No Congresso Estadual do
PSDB, na Praia Grande (SP), o
governador de São Paulo, José
Serra, disse desconhecer os resultados. "Eu vou analisar. Em
todo caso, não sou comentarista político dos jornais. Isso cabe
aos jornalistas analisarem",
disse. Minutos antes, ao discursar, ele fez críticas indiretas ao
governo Lula. "O PSDB governa para todos. Não para uma
patota, não para uma turma de
amigos. Quando estamos na
oposição, nunca jogamos no
quanto pior melhor".
Também em discurso ao partido, o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo,
Vaz de Lima, atribuiu o desempenho de Lula a uma deficiência de comunicação do PSDB
na divulgação de seu trabalho e
nas críticas ao governo. Alguns
tucanos apostaram que um
desgaste do presidente virá.
"Essa situação não vai durar indefinidamente. Este é um governo inerte", disse o deputado
federal Arnaldo Madeira. Ao
analisar a queda de aprovação
de Lula entre os eleitores da
classe média, Barros Munhoz,
afirmou: "O teflon que blinda
Lula começa a trincar".
Aliados
Ontem, no Amazonas, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao ser questionado sobre o
Datafolha, afirmou que "os incidentes não podem ser atribuídos exclusivamente ao presidente". "Há uma percepção
nítida da população de que o
governo não está parado, o governo age com determinação
do próprio presidente", disse.
No Congresso Estadual do
PT de São Paulo, o ex-ministro
José Dirceu disse que "a pesquisa retrata o carisma do Lula
e os avanços do país". Sobre os
atos contra Lula, Dirceu disse
que a oposição tem direito de
fazê-los. "Mobilização por mobilização, nós também podemos fazer. Temos capacidade
para isso. Sou de opinião que
tem de fazer. Independentemente de eles fazerem ou não.
As ruas deste país foram sempre nossas, das forças políticas
populares."
Colaboraram a Sucursal de Brasília, a Reportagem Local e a Agência Folha
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