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RS
Ex-secretário do governo é sócio de empresas suspeitas de sonegação fraudulenta
Aliado de Britto sofre investigação
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Cinco empresas prestadoras de
serviços de telefonia, três das
quais o ex-secretário de Minas,
Energia e Comunicações do Rio
Grande do Sul Assis Roberto de
Souza é sócio, foram alvo de busca e apreensão no dia 29 em razão
da abertura de investigações de
suposta sonegação fraudulenta.
Souza, que foi secretário, estrategista e um dos homens mais poderosos no governo de Antônio
Britto (1994-98), é investigado em
conjunto pelo Ministério Público
Federal, Polícia Federal, Receita
Federal e INSS.
É investigada também, pela
DRT (Delegacia Regional do Trabalho), uma suspeita de irregularidade no pagamento de salários
das empresas.
O Ministério Público Federal
confirma as investigações, mas
não dá nenhum detalhe sobre a
acusação, como valores que teriam sido sonegados.
Além de ter sido secretário da
área e comandado as privatizações da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações)
e de parte da CEEE (Companhia
Estadual de Energia Elétrica),
Souza foi um dos principais coordenadores da campanha de Britto
nas eleições de 1998 -em que ele
tentava a reeleição e perdeu para o
atual governador do Estado, Olívio Dutra (PT).
Souza vê uma "armação política" na investigação.
Britto, candidato novamente este ano pelo PPS, afirmou ontem
que o assunto é ""de uma empresa
privada" e que ele não iria se manifestar sobre isso.
As empresas investigadas prestam serviço de telefonia diretamente para a CRT Brasil Telecom,
empresa privada que comprou a
CRT na época em que Souza estava no cargo.
As empresas investigadas são a
Retebras, a Pampa, a Delsul, a
ARS e a Expertaise.
Souza é sócio e diretor da Pampa, que controla a Delsul -que,
por sua vez, está fazendo os serviços comissionados à Retebras,
que, segundo o próprio ex-secretário, quebrou. A ARS é sua, e a
Expertaise é uma empresa paulista associada às outras.
Apreensão
As investigações, que foram efetivadas simultaneamente em Porto Alegre, Novo Hamburgo (RS),
Tramandaí (RS) e São Paulo, resultaram na apreensão de computadores, disquetes e documentos,
que estão sendo analisados.
Contra o ex-secretário, foi aberto também um processo por supostas irregularidades na privatização da estatal CEEE, que corre
em segredo de Justiça na 5ª Vara
da Fazenda Pública.
A juíza Deborah de Moraes determinou, no dia 28 de fevereiro
de 2001, a quebra do sigilo bancário do ex-secretário. Ele não comentou esse caso.
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