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Líder dos sem-terra já ficou detido neste ano
DA AGÊNCIA FOLHA
A prisão de ontem é a segunda
de José Rainha Jr. neste ano. No
primeiro episódio, ele passou 23
dias preso na Cadeia Pública de
Presidente Venceslau (SP). Foi
posto em liberdade no dia 18 de
maio, após pagamento de fiança.
O líder dos sem-terra era acusado de porte ilegal de arma. Numa
blitz da Polícia Militar em Euclides da Cunha (SP), foi encontrada
uma escopeta de cano curto no
carro em que viajava Rainha.
Uma contradição marcou o caso. No termo de ocorrência da
PM, foi registrado que o motorista e proprietário do carro, José
Luiz Silva Santos, era o dono da
arma, segundo disse ele próprio
aos policiais. Ao chegar à delegacia, porém, Santos depôs contra o
líder dos sem-terra -afirmou
que a escopeta era de Rainha.
A prisão ocorreu em meio a um
clima de crescente tensão no Pontal. Em janeiro, Rainha foi atingido por um tiro nas costas quando
deixava fazenda invadida dias antes por cerca de 200 famílias.
Em abril, dias antes de sua prisão, ele anunciou uma série de invasões para pressionar o governo
a acelerar o processo de reforma
agrária em São Paulo.
Na mesma ocasião, disse que
alertara o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) para uma "escalada da violência no Pontal".
A prisão atual é baseada em
acusação de formação de quadrilha, por ações patrocinadas pelo
MST ao longo de 2000 na região.
Além de Rainha, Valmir Rodrigues Chaves, Zelitro Luz da Silva,
Márcio Barreto e Sérgio Pantaleão
também tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
A defesa do MST entrou com
um pedido de liminar em habeas
corpus no STJ para tentar impedir
as prisões. O ministro Felix Fischer, relator do caso, recusou a
concessão da liminar, em decisão
tomada em 6 de junho e publicada no "Diário da Justiça" no dia 14
do mesmo mês.
Falta agora o julgamento do
mérito do pedido. Segundo informação que constava do site do
STJ até o início da noite ontem, o
Ministério Público Federal havia
pedido vistas do processo.
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