São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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PROPAGANDA ELEITORAL

Em carta, Frente Trabalhista acusa setores do governo de atuar como "usinas de falsas notícias" contra candidato

Ciro lança suspeita sobre decisões do TSE

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Frente Trabalhista divulgou ontem carta criticando decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a atuação de setores do governo federal, que teriam o propósito de atingir a candidatura Ciro Gomes (PPS-PDT-PTB) e beneficiar o tucano José Serra.
Para a cúpula da frente, os ministérios da Saúde e do Trabalho e a Controladoria Geral da União são usados "como usinas de falsas notícias e verdadeiras calúnias" contra Ciro e seu vice, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Na carta dirigida "ao povo brasileiro, à sociedade civil organizada, aos movimentos sociais, aos democratas e ao Tribunal Superior Eleitoral", a frente manifestou "aguda preocupação com o rumo tomado pela sucessão presidencial". O documento é assinado pelos presidentes do PPS, senador Roberto Freire (PE), e do PDT, Leonel Brizola, e pelo vice-presidente do PTB, deputado Walfrido Mares Guia (MG).
"Está havendo um cerco à candidatura do Ciro pelo Executivo, com o beneplácito do TSE. Isso é muito perigoso", afirmou Freire. Segundo ele, se não houver mudança no quadro atual -de denúncias contra Ciro que partem do governo e decisões do TSE em favor de Serra- "corre risco" a democracia.
Desde a semana passada, Ciro vinha reclamando de decisões do TSE e de seus ministros, que concederam direito de resposta a Serra em seus programas eleitorais e negaram o contrário. Em Belo Horizonte, Ciro afirmou que havia alguma "coisa esquisita, errada" nas decisões do tribunal.
Na carta, que começou a ser articulada na terça-feira, a frente se diz surpreendida com a "frequência com que pedidos de direito de resposta do candidato do governo, José Serra, são deferidos e executados antes mesmo de as decisões transitarem em julgado".
As acusações ao governo e ao TSE são genéricas. Na carta, a Frente Trabalhista não aponta em que situação os ministérios e a controladoria divulgaram "mentiras" contra Ciro e Paulinho.
O advogado-geral da União, José Bonifácio de Andrada, disse que o governo está sendo vítima de difamação por parte da Frente Trabalhista. Andrada disse que a AGU (Advocacia Geral da União) entrará com pedido de direito de resposta sempre que considerar que a administração ou qualquer servidor federal foi ofendido.
Em nota oficial, o Ministério da Saúde contestou "as agressivas acusações" da Frente Trabalhista, considerando-as "levianas e irresponsáveis". O Ministério do Trabalho e a Controladoria Geral da União não se manifestaram. (LUIZA DAMÉ E SÍLVIA FREIRE)



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