São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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Serra acumula mais decisões a favor do que Ciro

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nos primeiros 15 dias de horário eleitoral gratuito, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) acumulou muito mais decisões favoráveis ao candidato governista à Presidência, José Serra (PSDB), do que a Ciro Gomes (PPS), com quem o tucano polariza a disputa pelo segundo lugar nas pesquisas.
Serra obteve sete decisões que o beneficiam, com autorização de direito de resposta e, em um caso, perda de parte do tempo de programa por parte de Ciro. O candidato do PPS fracassou em seis tentativas de proibir trechos da propaganda do tucano ou de ocupá-la para se defender.
O balanço pró-Serra levou a Frente Trabalhista, que apóia Ciro, a pôr sob suspeita a imparcialidade do tribunal, em nota divulgada ontem. As decisões são dos três ministros-auxiliares do TSE, responsáveis pelo exame preliminar de processos relacionados à propaganda dos presidenciáveis: Caputo Bastos, José Gerardo Grossi e Peçanha Martins.
Todas elas podem ser cassadas pelo plenário, mas os advogados de Ciro não obtiveram êxito no primeiro recurso apreciado pelos sete ministros do TSE contra um direito de resposta, na terça-feira.
O voto de Minerva do presidente do TSE, Nelson Jobim, que é amigo de Serra, garantiu ao tucano o direito de ocupar a propaganda do adversário por causa de uma abertura de um programa de Ciro que continha a frase "Os golpes baixos acabam aqui" -a propaganda cirista vem logo após a de Serra no bloco presidencial.
Em outro julgamento do plenário, sem Jobim, Serra se livrou da condenação à perda em dobro do tempo gasto para atacar o adversário com o áudio de Ciro chamando de "burro" um eleitor.
Ciro sofreu três novas derrotas ontem. Bastos o condenou à perda em dobro do tempo gasto com as cenas de FHC nas campanhas de 94 e 98 e de Serra neste ano fazendo promessas de emprego, por suposta montagem: o PPS identificou as imagens como sendo da propaganda eleitoral do PSDB, mas FHC tinha aliados como o PTB, hoje parceiro de Ciro.
Em outra decisão, Martins negou liminar contra o uso por Serra das expressões "Ciro: Solução ou Problema" e "Ciro: Mudança ou Problema". E Grossi negou liminar contra a comparação entre Ciro e o ex-presidente Fernando Collor, também feita na propaganda tucana, e pediu informações aos advogados de Serra.
Ciro obteve ontem uma tímida vitória contra o governo. Martins negou à União o direito de ocupar a propaganda dele para se defender de críticas sobre a má administração na saúde.


Colaborou SÍLVIA FREIRE, da Sucursal de Brasília



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