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Serra acumula mais decisões a favor do que Ciro
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nos primeiros 15 dias de horário eleitoral gratuito, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) acumulou muito mais decisões favoráveis ao candidato governista à
Presidência, José Serra (PSDB),
do que a Ciro Gomes (PPS), com
quem o tucano polariza a disputa
pelo segundo lugar nas pesquisas.
Serra obteve sete decisões que o
beneficiam, com autorização de
direito de resposta e, em um caso,
perda de parte do tempo de programa por parte de Ciro. O candidato do PPS fracassou em seis tentativas de proibir trechos da
propaganda do tucano ou de ocupá-la para se defender.
O balanço pró-Serra levou a
Frente Trabalhista, que apóia Ciro, a pôr sob suspeita a imparcialidade do tribunal, em nota divulgada ontem. As decisões são dos
três ministros-auxiliares do TSE,
responsáveis pelo exame preliminar de processos relacionados à
propaganda dos presidenciáveis:
Caputo Bastos, José Gerardo
Grossi e Peçanha Martins.
Todas elas podem ser cassadas
pelo plenário, mas os advogados
de Ciro não obtiveram êxito no
primeiro recurso apreciado pelos
sete ministros do TSE contra um
direito de resposta, na terça-feira.
O voto de Minerva do presidente do TSE, Nelson Jobim, que é
amigo de Serra, garantiu ao tucano o direito de ocupar a propaganda do adversário por causa de
uma abertura de um programa de
Ciro que continha a frase "Os golpes baixos acabam aqui" -a propaganda cirista vem logo após a
de Serra no bloco presidencial.
Em outro julgamento do plenário, sem Jobim, Serra se livrou da
condenação à perda em dobro do
tempo gasto para atacar o adversário com o áudio de Ciro chamando de "burro" um eleitor.
Ciro sofreu três novas derrotas
ontem. Bastos o condenou à perda em dobro do tempo gasto com
as cenas de FHC nas campanhas
de 94 e 98 e de Serra neste ano fazendo promessas de emprego,
por suposta montagem: o PPS
identificou as imagens como sendo da propaganda eleitoral do
PSDB, mas FHC tinha aliados como o PTB, hoje parceiro de Ciro.
Em outra decisão, Martins negou liminar contra o uso por Serra das expressões "Ciro: Solução
ou Problema" e "Ciro: Mudança
ou Problema". E Grossi negou liminar contra a comparação entre
Ciro e o ex-presidente Fernando
Collor, também feita na propaganda tucana, e pediu informações aos advogados de Serra.
Ciro obteve ontem uma tímida
vitória contra o governo. Martins
negou à União o direito de ocupar
a propaganda dele para se defender de críticas sobre a má administração na saúde.
Colaborou SÍLVIA FREIRE, da Sucursal
de Brasília
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