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Texto corrige "zorra" no ICMS, diz Ciro
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) afirmou que um
dos objetivos da reforma tributária é corrigir a "zorra" da legislação do ICMS vigente no país. Para
ele, o governo também precisa
aprovar "desesperadamente" a
prorrogação da CPMF e da DRU,
mecanismo que permite gastar livremente 20% das receitas orçamentárias, sem entrar na percentagem de gastos obrigatórios com
saúde e educação, por exemplo.
Ciro negou que o projeto vá aumentar a carga tributária, como se
queixa o setor produtivo, e aproveitou para atacar os críticos da
reforma. "Tem muita gente que
não leu [a proposta] e não gostou", disse ele, depois de participar de debate na TV Câmara sobre desenvolvimento regional.
"Vamos desonerar as exportações no ICMS", disse. "Isso é uma
zorra que se criou no país e que
estamos tentando consertar." As
exportações já estão livres do
ICMS desde a Lei Kandir, aprovada em 96, mas o governo entende
que incluir a regra na Constituição facilitará sua aplicação.
Segundo Ciro, o único elemento
de aumento de carga tributária na
reforma é o estabelecimento da
Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) para produtos importados, o
que serviria, afirmou ele, para
proteger a indústria nacional.
Para Ciro, a reforma não é perfeita porque isso seria "impossível" devido aos diversos interesses envolvidos. "Estamos toureando porque é uma agenda que
tem várias motivações", disse ele,
que ainda afirmou que o presidente Lula tem "convicção" de
que a reforma não é a ideal.
A desoneração das exportações
seria uma das qualidades do projeto para o ministro. "O país precisa exportar e o custo tributário é
uma impertinência. Nenhum país
exporta tributos. O mundo de hoje está muito competitivo."
O texto principal da reforma tributária foi aprovado em primeiro
turno na madrugada da última
quinta-feira na Câmara. Está prevista para a próxima terça a apreciação de propostas de alteração
do projeto. Antes de ir para o Senado, a reforma ainda tem que ser
votada mais uma vez na Casa.
Na linha adotada pelo governo,
Ciro defendeu que as alterações
no projeto sejam negociadas no
Senado. "A Câmara deu sua contribuição para o país. Vamos
aperfeiçoá-la no Senado, há margem para isso." Sobre os aperfeiçoamentos que a reforma deveria
sofrer, afirmou que suas opiniões
são dadas nos fóruns internos do
governo e para o seu "chefe", o
presidente da República.
Questionado a respeito da reforma ministerial prevista para o
final do ano, Ciro respondeu em
tom de brincadeira: "Sou pela estabilidade no emprego".
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