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REFORMA MINISTERIAL
Partido quer senador e deputado em cargos prometidos
PMDB já cota nomes para pastas
RANIER BRAGON
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PMDB já trabalha nos bastidores com uma lista dos nomes
mais cotados -e com os vetados- para assumir os dois ministérios prometidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os principais líderes da legenda
dizem oficialmente não ter começado a negociar nada, mas discutem nomes para quaisquer que
sejam as pastas oferecidas na reforma ministerial, prevista para
outubro ou novembro.
Além disso, o partido -que
chegou antes da posse de Lula a
travar uma fracassada negociação
para compor o ministério- pressiona o governo a liberar verbas
de emendas parlamentares e nomear para cargos públicos os indicados pelo partido.
Dois são os consensos até o momento. O primeiro é que os futuros ministros serão um senador e
um deputado federal. O segundo
é a praticamente certa indicação
do líder da bancada na Câmara,
Eunício Oliveira (CE), para a pasta da Integração Nacional, das Cidades ou das Comunicações.
Eunício viu seu cacife crescer na
votação de anteontem da reforma
tributária, quando a bancada
coordenada por ele deu ao governo 70 de seus 77 votos, exemplo
raro de unidade peemedebista.
No Senado, a escolha deve ficar
entre Romero Jucá (RR), Hélio
Costa (MG) e Garibaldi Alves
(RN). Costa poderia ocupar o Ministério das Comunicações, principalmente pelo apoio que deu a
Lula, mas há resistência ao seu
nome. Ligado ao ex-presidente
Itamar Franco, ele não integra o
grupo político que segue a orientação do presidente do Senado,
José Sarney (AP).
Sarney prefere Jucá (para um
ministério mais técnico) ou Garibaldi (área social).
O PMDB tem ainda restrições a
ocupar um ministério enfraquecido, como o das Comunicações.
Com a acomodação dos peemedebistas no governo, o atual líder,
Renan Calheiros (AL), quer ser
eleito presidente do Senado. Aliados de Sarney dizem que ele sonha em ser reeleito presidente do
Senado e, para limpar o caminho,
chegou a alimentar a expectativa
de que o próprio Calheiros fosse
para o ministério. O líder, no entanto, não admite essa hipótese.
Chegou a ser discutida a indicação do deputado Doutor Pinotti
(SP) caso o Ministério da Saúde
fosse oferecido ao PMDB, mas as
resistências são grandes -entre
elas, o fato de ele ter votado contra
a reforma da Previdência.
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