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São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2003

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REFORMA MINISTERIAL

Partido quer senador e deputado em cargos prometidos

PMDB já cota nomes para pastas

RANIER BRAGON
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB já trabalha nos bastidores com uma lista dos nomes mais cotados -e com os vetados- para assumir os dois ministérios prometidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os principais líderes da legenda dizem oficialmente não ter começado a negociar nada, mas discutem nomes para quaisquer que sejam as pastas oferecidas na reforma ministerial, prevista para outubro ou novembro.
Além disso, o partido -que chegou antes da posse de Lula a travar uma fracassada negociação para compor o ministério- pressiona o governo a liberar verbas de emendas parlamentares e nomear para cargos públicos os indicados pelo partido.
Dois são os consensos até o momento. O primeiro é que os futuros ministros serão um senador e um deputado federal. O segundo é a praticamente certa indicação do líder da bancada na Câmara, Eunício Oliveira (CE), para a pasta da Integração Nacional, das Cidades ou das Comunicações.
Eunício viu seu cacife crescer na votação de anteontem da reforma tributária, quando a bancada coordenada por ele deu ao governo 70 de seus 77 votos, exemplo raro de unidade peemedebista.
No Senado, a escolha deve ficar entre Romero Jucá (RR), Hélio Costa (MG) e Garibaldi Alves (RN). Costa poderia ocupar o Ministério das Comunicações, principalmente pelo apoio que deu a Lula, mas há resistência ao seu nome. Ligado ao ex-presidente Itamar Franco, ele não integra o grupo político que segue a orientação do presidente do Senado, José Sarney (AP).
Sarney prefere Jucá (para um ministério mais técnico) ou Garibaldi (área social).
O PMDB tem ainda restrições a ocupar um ministério enfraquecido, como o das Comunicações.
Com a acomodação dos peemedebistas no governo, o atual líder, Renan Calheiros (AL), quer ser eleito presidente do Senado. Aliados de Sarney dizem que ele sonha em ser reeleito presidente do Senado e, para limpar o caminho, chegou a alimentar a expectativa de que o próprio Calheiros fosse para o ministério. O líder, no entanto, não admite essa hipótese.
Chegou a ser discutida a indicação do deputado Doutor Pinotti (SP) caso o Ministério da Saúde fosse oferecido ao PMDB, mas as resistências são grandes -entre elas, o fato de ele ter votado contra a reforma da Previdência.


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