MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O ex-gerente financeiro da gráfica Villimpress de Ribeirão Preto Luciano André Maglia, disse ontem que fez as denúncias ao Ministério Público Estadual de um suposto esquema de caixa dois envolvendo a empresa, a empreiteira Leão Leão e o ex-chefe de gabinete do ministro Antonio Palocci (Fazenda), Juscelino Dourado, porque "era o momento".
Maglia foi o autor da denúncia que levou a Promotoria e a Polícia Civil de Ribeirão Preto a realizar uma blitz na sede da Leão Leão e na Villimpress, no último dia 30.
Ele reafirmou que havia um tripé para a realização de fraudes que envolveria Dourado, a gráfica e a Leão Leão. Dois anos depois, segundo Maglia, a Leão Leão pagou o material de campanha impresso na gráfica de candidatos do PT na região, no primeiro turno, e do então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo.
Segundo ele, o esquema consistia na produção de materiais para campanhas e pagamentos com a emissão de duplicatas simuladas em nome de Dourado, mas quem pagava o serviço era a Leão Leão.
Maglia foi demitido em 2003, acusado de ter desfalcado a empresa. Ele diz ter sido enganado. "Até tenho medo [de ter contado sobre o suposto caixa dois], só que eu precisava falar isso porque corre um processo contra mim. Isso tudo um dia viria à tona e eu prefiro que seja assim", afirmou.
Os advogados da Leão Leão e da gráfica Villimpress negaram o conteúdo da denúncia feita por Maglia. As empresas também informaram estar à disposição do Ministério Público Estadual para o fornecimento de novos documentos que sejam necessários.
Juscelino Dourado, em depoimento à CPI dos Bingos na semana passada, também negou envolvimento no esquema.


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